Saúde e Bem-estar

Geração Z vê mundo ameaçador entre ansiedade e cinismo

Crises sucessivas e excesso de informações moldam a forma como a geração Z percebe o mundo e o futuro.

A foto mostra geração Z
Foto: Freepik

A geração Z, formada por jovens nascidos entre 1997 e 2012, percebe o mundo como instável e ameaçador. Esse olhar, portanto, não surge do acaso. Pelo contrário, ele se constrói a partir de experiências vividas desde cedo, marcadas por crises sucessivas e mudanças rápidas. Além disso, esses jovens cresceram cercados por notícias negativas, imagens fortes e discursos alarmantes. Assim, a sensação constante de risco passou a fazer parte do cotidiano.

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Consequentemente, pesquisas recentes indicam níveis elevados de medo, ansiedade e desconfiança em relação ao futuro. Ao mesmo tempo, muitos jovens sentem dificuldade em acreditar que mudanças reais sejam possíveis. Dessa forma, o mundo parece difícil de compreender e ainda mais complexo de transformar. Não por fragilidade, mas por excesso de pressão emocional contínua.

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Crises sucessivas e excesso de informação

Um estudo conduzido pelo professor Gabriel Rubin, da Montclair State University, ouviu mais de cem jovens. Os relatos, portanto, revelaram medo, ansiedade e cinismo recorrentes. Entre os fatores citados estão a pandemia da Covid-19, crises políticas, violência em escolas e instabilidade econômica. Além disso, a emergência climática amplia a sensação de insegurança.

Somado a isso, as redes sociais funcionam como amplificadores dessas ameaças. Notícias negativas circulam em ritmo acelerado. Imagens impactantes aparecem sem pausa. Assim, o corpo e a mente permanecem em estado de alerta quase permanente. Como resultado, o medo deixa de ser pontual e passa a influenciar decisões, expectativas e relações.

Sensibilidade como forma de adaptação

Segundo a neuropsicóloga Leninha Wagner, a geração Z não apresenta maior fragilidade emocional. Na prática, o que se observa é maturidade precoce diante de perdas não elaboradas. Ou seja, faltou tempo para organizar emoções e construir sensação de segurança. Assim, a sensibilidade funciona como mecanismo de proteção.

Portanto, jovens mais vigilantes não demonstram fraqueza. Eles apenas respondem a um ambiente percebido como hostil. Esse comportamento, embora compreensível, cobra um preço emocional elevado.

Medo do futuro e relações desconfiadas

A dificuldade de imaginar estabilidade afeta escolhas pessoais e profissionais. Muitos jovens, então, evitam planos de longo prazo. Outros optam por caminhos considerados mais seguros, mesmo sem identificação real. Com isso, o planejamento de vida se torna limitado pelo medo.

Além disso, o psicólogo André Machado explica que o cinismo surge da sensação de impotência. Quando o esforço parece inútil, a motivação diminui. Da mesma forma, o medo interfere nas relações. Jovens evitam debates profundos e desconfiam de instituições e opiniões divergentes. Assim, os diálogos ficam rasos e defensivos.

Caminhos para lidar com o medo

Apesar das incertezas, existem estratégias possíveis:

  • Buscar terapia para diferenciar riscos reais de medos exagerados
  • Regular o consumo de notícias e redes sociais
  • Fortalecer vínculos de apoio e escuta
  • Investir no desenvolvimento pessoal diário

Essas ações, portanto, ajudam a enfrentar o medo sem negar a realidade.

Com base em informações do portal Metrópoles.

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.