Turismo

Exuberante e perigosa! Conheça ilha no Sul do ES que abriga mais de mil cobras

Além de suas águas cristalinas, o local abriga uma biodiversidade única

Por Pammela Volpato

4 mins de leitura

em 31 de out de 2024, às 16h13

Foto: Divulgação / Prefeitura de Itapemirim
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itapemirim

No litoral sul do Espírito Santo, a apenas 4 km da costa de Itapemirim, uma pequena e intrigante ilha desperta o fascínio dos aventureiros e estudiosos da fauna brasileira. Trata-se da Ilha dos Franceses, um arquipélago de apenas 2 mil metros quadrados. Além de suas águas cristalinas, o local abriga uma biodiversidade única e, entre suas peculiaridades, um número impressionante de cobras. Estima-se que cerca de 1.200 serpentes habitam as copas das árvores, as plantas rasteiras e até mesmo as folhas que cobrem o chão.

Das 410 espécies de serpentes catalogadas no Brasil, 79 foram identificadas no Espírito Santo. 

Parque natural, tombado como patrimônio paisagístico, a origem do nome “Ilha dos Franceses” se deu por causa de uma invasão dos franceses, em 1555, ao litoral de Itapemirim, quando a mesma serviu de base de apoio. Mas foi o impressionante ecossistema que acabou conferindo à ilha um lugar especial nos estudos ambientais e nas histórias locais.

A Ilha dos Franceses possui alta viscosidade e se destaca por sua beleza ímpar. Além de suas águas cristalinas, diversas espécies de aves raras habitam o local. Um farol de 12 metros de altura, alimentado por energia solar, construído em 1730, funciona até hoje, ajudando a sinalizar a existência da faixa de terra às embarcações que passam pela área.

Ilha dos Franceses, Itapemirim
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itapemirim

A vida entre as serpentes

Na Ilha dos Franceses, as cobras fazem parte do cotidiano dos poucos e corajosos exploradores que se aventuram até lá, sobretudo, pesquisadores. A alta concentração de serpentes deve-se à ausência de predadores naturais e ao ambiente preservado, rico em vegetação, que propicia abrigo e alimento. Esses répteis se aproveitam das copas das árvores e das plantas rasteiras para camuflar-se, o que torna a experiência de exploração algo mais do que interessante: ela é desafiadora.

Entre as espécies que habitam a ilha, há algumas venenosas e outras não venenosas, mas todas elas exercem papel importante para manter o equilíbrio ecológico. No entanto, é justamente a presença das serpentes que torna a ilha proibida para visitações turísticas comuns, sendo acessível apenas para pesquisadores autorizados.

Ilha dos Franceses, Itapemirim
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itapemirim

Acesso e preservação

Um dos mais belos pontos turísticos do sul capixaba, a Ilha dos Franceses, é excelente opção para o turista que está visitando o balneário de Itapemirim. O local é ideal para pesca e mergulhos e durante a temporada de verão, há escunas que realizam a travessia.

De acordo com a Prefeitura, os visitantes podem tomar banho e mergulhar no local. Entretanto, o ingresso à mata nativa é proibido, sendo portanto, a área monitorada pela Marinha do Brasil. Isso porque, com a alta densidade de serpentes e o ecossistema delicado, a ilha é um ponto de preservação. Dessa forma, somente expedições científicas autorizadas podem se aventurar. Além disso, as águas ao redor da ilha também são habitat de espécies marinhas importantes para o equilíbrio ambiental da região, exigindo um cuidado redobrado quanto ao impacto humano.

Ilha dos Franceses, Itapemirim
Foto: Divulgação / Prefeitura de Itapemirim

Lendas

Algumas lendas cercam a Ilha dos Franceses, devido a uma caverna existente no local. Um mito envolve a Gruta do Judeu, uma fenda no meio das pedras. De acordo com a lenda, ao entrar nele é possível chegar até o Monte Aghá, outro ponto turístico de Itapemirim, que fica do outro lado do mar.

Além disso, neste recôncavo o cientista Augusto Ruschi, descobriu o morcego pescador (Nostílio Leporinus Leporinus L.), uma espécie em extinção.

Como chegar à Ilha dos Franceses

Para chegar à Ilha dos Franceses, é preciso ir de barco e a viagem de Itaipava ou Itaoca dura cerca de 20 minutos. Durante a alta temporada, escunas realizam o passeio todos os dias, com preços acessíveis. Já na baixa temporada, as escunas os interessados podem alugar as escunas para grupos de, no mínimo, 30 pessoas e com preços diferenciados.

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