Alzheimer: medicamento pode reduzir morte de neurônios
Estudo aponta que o sargramostim reduziu a morte neuronal e melhorou a cognição no Alzheimer.

Um medicamento usado há décadas para tratar outras doenças pode ajudar a retardar a morte de neurônios ligada ao Alzheimer. A conclusão é de um estudo da Universidade do Colorado Anschutz, nos Estados Unidos, publicado na revista Cell Reports Medicine.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiDe acordo com os pesquisadores, o sargramostim, versão sintética da proteína GM-CSF estimula o sistema imunológico e já possui uso aprovado para outras indicações médicas.
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Redução da morte neuronal
Durante o ensaio clínico, pessoas com Alzheimer apresentaram queda em marcadores sanguíneos associados à morte de neurônios. Entre eles, a proteína UCH-L1, relacionada à degeneração neuronal, teve, dessa forma, redução significativa após o uso do medicamento.
Impacto na cognição
Além das alterações no sangue, os participantes mostraram melhora em um teste cognitivo amplamente utilizado, o Mini Exame do Estado Mental. Segundo os autores, esse resultado indica que o tratamento pode interferir em processos biológicos da doença mesmo após o diagnóstico.
Alterações no cérebro ao longo da vida
O estudo também avaliou dados de pessoas de diferentes idades. Os cientistas observaram que proteínas ligadas a lesões neuronais aumentam progressivamente com o envelhecimento. Em idades mais avançadas, níveis elevados dessas substâncias se associam a pior desempenho cognitivo.
Outra descoberta envolveu a proteína GFAP, relacionada à inflamação cerebral, que cresce a partir dos 40 anos. As concentrações foram mais altas em mulheres, embora as causas dessa diferença ainda não estejam claras.
Resultados promissores, mas preliminares
No ensaio clínico, a redução dos marcadores de morte neuronal foi temporária. Ainda assim, a melhora cognitiva persistiu semanas após o fim do tratamento. Em estudos com animais, o sargramostim também mostrou reversão parcial do declínio cognitivo.
Próximos passos da pesquisa
Os pesquisadores reforçam que os resultados são iniciais. Um novo ensaio clínico, mais longo e com mais participantes, já está em andamento. Até novas evidências, o medicamento não deve ser utilizado fora das indicações já aprovadas.
Com base em informações do portal Metrópoles.