Saúde e Bem-estar

Ficar sem sexo faz mal? O que a ciência já comprovou

Estudos mostram que a falta de sexo não causa danos físicos diretos, mas pode ter impacto emocional.

A foto mostra casal sem sexo
Foto: Freepik

A frequência sexual varia ao longo da vida. Ela muda com a idade, o corpo e o contexto emocional. Além disso, também depende do relacionamento e da fase vivida. Ainda assim, a dúvida persiste. Ficar muito tempo sem sexo faz mal à saúde? A pergunta aparece com frequência em consultórios médicos. Por isso, a ciência passou a investigar o tema com mais atenção.

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Nos últimos anos, pesquisadores analisaram dados sobre sexualidade, bem-estar e saúde física. Dessa forma, eles buscaram separar associações de efeitos diretos. Segundo a medicina, não existe evidência robusta de que a ausência de sexo, isoladamente, cause prejuízos físicos. Em pessoas saudáveis, meses ou anos sem atividade sexual não provocam danos diretos ao organismo.

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A uroginecologista Rebeka Cavalcanti explica que sexualidade e saúde caminham juntas. Pessoas fisicamente e emocionalmente bem tendem a ter mais desejo. Assim, muitos estudos mostram correlação, mas não causa. O ginecologista Juan Félix reforça esse ponto. Para ele, a abstinência sexual não configura fator de risco independente para doenças.

Associação não significa causa

Parte da ideia de que sexo “faz bem” vem de estudos observacionais. Pesquisas associam vida sexual ativa a menor estresse e melhores indicadores cardiovasculares. No entanto, os próprios autores fazem ressalvas. Pessoas que dormem bem, se exercitam e cuidam da saúde costumam fazer mais sexo. Portanto, o sexo não aparece como causa direta desses benefícios.

O que a ciência documenta com clareza são efeitos de curto prazo. Durante a excitação e o orgasmo, o corpo libera endorfina, oxitocina e dopamina. Essas substâncias promovem prazer e relaxamento momentâneo. No entanto, esse efeito não garante proteção prolongada à saúde.

Abstinência afeta a saúde íntima?

Entre mulheres em idade reprodutiva, especialistas são categóricos. Ficar sem sexo não altera o pH vaginal. Além disso, não aumenta infecções nem reduz a lubrificação basal. Esses fatores dependem mais dos hormônios, da microbiota e do estilo de vida.

Ainda assim, a atividade sexual pode ajudar a manter elasticidade e vascularização vaginal. O estímulo mecânico aumenta o fluxo sanguíneo local. Porém, ele não substitui tratamentos médicos quando há sintomas. Na menopausa, por exemplo, o ressecamento decorre da queda do estrogênio, não da falta de sexo.

Masturbação também conta

Do ponto de vista fisiológico, a masturbação produz efeitos semelhantes. O orgasmo aumenta o fluxo sanguíneo genital e promove relaxamento. Portanto, os benefícios corporais não dependem, necessariamente, de um parceiro. O que muda são os aspectos emocionais e relacionais.

Quando o impacto é emocional

Se o corpo costuma lidar bem com a abstinência, o impacto emocional varia. Segundo a psicóloga Vivianne Beserra, o sofrimento não está na falta de sexo em si. Ele surge quando existe desejo não correspondido. A rejeição, nesse caso, causa mais dor do que a ausência sexual.

Não existe frequência ideal

Especialistas concordam em um ponto final. Não existe uma frequência sexual “normal”. Cada pessoa e cada relação encontram seu próprio ritmo. Esse padrão muda ao longo da vida. Portanto, saúde sexual envolve diálogo, contexto e bem-estar global.

Com base em informações do portal Globo.

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.