Jovens ignoram sinais de saúde mental e evitam atendimento no SUS
Jovens lideram internações por saúde mental, mas seguem como os que menos acessam apoio psicológico no SUS.

A pesquisa realizada por uma instituição nacional de referência revela um dado preocupante: embora enfrentem forte sobrecarga emocional, muitos jovens não procuram atendimento para cuidar da saúde mental. Essa realidade cria um paradoxo, porque justamente esse grupo vive uma fase marcada por mudanças rápidas, expectativas intensas e pouca escuta qualificada. Além disso, o estudo mostra que a rotina acelerada, a instabilidade econômica e o impacto constante das redes sociais ampliam tensões já existentes. Dessa forma, o sofrimento cresce sem apoio adequado.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiAo mesmo tempo, o levantamento reforça que a juventude segue vulnerável. Os jovens lideram taxas de internação relacionadas à saúde mental, especialmente nas faixas entre 20 e 29 anos. Entretanto, apesar dessa alta demanda, eles continuam sendo o grupo menos atendido nos serviços básicos de saúde. Isso significa que, enquanto muitos passam por crises emocionais profundas, poucos conseguem chegar até uma unidade de acolhimento. Por isso, a discrepância entre necessidade e cuidado se torna ainda mais evidente.
Leia também – Cobrança e padrões irreais ameaçam saúde mental dos jovens
Transição para a vida adulta intensifica a pressão
A fase entre 15 e 29 anos reúne desafios simultâneos. Concluir estudos, encontrar emprego e iniciar projetos pessoais acontecem quase ao mesmo tempo. Como resultado, muitos jovens acumulam expectativas difíceis de cumprir. Além disso, a comparação constante nas redes sociais intensifica a sensação de insuficiência. Muitos relatam dificuldades para pedir ajuda, especialmente quando não encontram apoio em casa e enfrentam julgamentos sobre seus sentimentos.
O que a pesquisa revela
O estudo aponta que, embora jovens sejam os mais internados por motivos emocionais, apenas 11% dos atendimentos desse grupo nos serviços básicos tratam de saúde mental. Na população geral, esse percentual chega a quase 25%. Assim, uma barreira importante impede a chegada ao cuidado inicial — etapa decisiva para evitar agravamentos.
O papel dos CAPS
O SUS oferece atendimento gratuito por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esses espaços acolhem crises, acompanham tratamentos e oferecem suporte contínuo. Muitos jovens relatam que, após acessar o serviço, conseguiram reorganizar rotinas, entender limites e reconstruir autoestima. Portanto, o acolhimento faz diferença concreta na vida de quem busca ajuda.
Cuidar da mente como parte da vida
O estudo destaca que viver expectativas intensas sem apoio gera sobrecarga. Por isso, reconhecer limites, desenvolver autocuidado e buscar ajuda nos serviços adequados fortalece o bem-estar juvenil. Entre expectativas e realidade, existe sempre uma pessoa que precisa ser vista, ouvida e compreendida.
Com base em informações do portal Globo.