Novo exame pode antecipar em anos a esclerose múltipla
Um exame de sangue em teste pode identificar sinais da esclerose múltipla anos antes das primeiras lesões cerebrais.

A esclerose múltipla atinge principalmente mulheres entre 20 e 40 anos. Além disso, a doença evolui de forma silenciosa por longos períodos. Na maioria dos casos, o diagnóstico surge após danos cerebrais relevantes. Com isso, funções como visão e movimentos já sofrem prejuízos.
Por esse motivo, identificar a doença mais cedo tornou-se prioridade.
Atualmente, os tratamentos conseguem frear a progressão da condição. Entretanto, os melhores resultados surgem quando a terapia começa cedo. Por isso, ferramentas que antecipam o diagnóstico ganham destaque. Nesse contexto, a ciência avança com novas estratégias. Um estudo recente aponta um caminho promissor.
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Biomarcadores no sangue mudam o cenário
Pesquisadores identificaram biomarcadores sanguíneos ligados à esclerose múltipla. O achado foi publicado na revista científica Nature Medicine. Segundo o estudo, esses sinais aparecem até sete anos antes da primeira crise. Ou seja, surgem antes mesmo das lesões visíveis na ressonância magnética. Isso representa uma possível mudança no diagnóstico precoce.
A pesquisa analisou mais de 5 mil proteínas no sangue. Os dados vieram de amostras acompanhadas por mais de uma década. Ao todo, os cientistas definiram 21 biomarcadores relevantes. Isoladamente, eles não confirmam a doença. Porém, em conjunto, ampliam a precisão diagnóstica.
Sinais invisíveis antes dos sintomas clássicos
A esclerose múltipla começa a danificar os nervos precocemente. Antes dos surtos, ocorrem inflamações contínuas no cérebro. Nesse estágio, surgem sinais inespecíficos e frequentemente ignorados. Fadiga intensa, alterações de humor e lapsos cognitivos são comuns. Assim, muitos pacientes não associam os sintomas à doença.
Entre os marcadores mais precoces está a proteína MOG. Ela indica danos iniciais às fibras neuronais. Outro sinal importante é o aumento da proteína IL-3. Posteriormente, surge a NfL, que revela lesão neuronal direta. Esses dados sustentam o desenvolvimento de um exame sanguíneo inovador.
Impacto na prática clínica
Atualmente, médicos avaliam a progressão com sintomas e imagens. No entanto, algumas inflamações não aparecem na ressonância. Com biomarcadores, processos invisíveis tornam-se mensuráveis. Isso permite avaliar riscos e resposta ao tratamento. Ainda assim, o diagnóstico segue dependendo do contexto clínico.
O que é a esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença autoimune e desmielinizante. O sistema imunológico ataca a bainha de mielina dos neurônios. Como resultado, a comunicação cerebral fica comprometida. Os sintomas variam conforme os nervos afetados. Não existe cura, mas o controle precoce preserva qualidade de vida.
Com base em informações do portal Metrópoles.