Sesa amplia uso de armadilhas contra o Aedes aegypti no Sul do ES
Neste ano, a Secretaria da Saúde (Sesa) destinou R$ 211 mil para a aquisição de 50 mil kits e pretende levar a iniciativa a todas as regiões do Estado.

As ações de combate ao Aedes aegypti ganharam reforço no Espírito Santo com a expansão do uso das armadilhas de oviposição, conhecidas como ovitrampas.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA estratégia, implantada há pouco mais de um ano, já é adotada em 34 municípios capixabas e tem se mostrado essencial para o monitoramento do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Neste ano, a Secretaria da Saúde (Sesa) destinou R$ 211 mil para a aquisição de 50 mil kits e pretende levar a iniciativa a todas as regiões do Estado.
Coordenada pela Fiocruz, em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a metodologia utiliza as armadilhas para identificar áreas de maior risco. Por meio da contagem dos ovos depositados pelos mosquitos, as equipes de vigilância conseguem direcionar suas ações de forma mais eficaz.
Segundo o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental, Roberto Laperriere, a estratégia é apoiada por um sistema digital que permite o registro das informações em um mapa georreferenciado. “A ovitrampa possibilita o monitoramento do vetor em diferentes regiões e é uma ferramenta eficiente, especialmente para municípios com número reduzido de agentes. Ela aponta onde há maior concentração de ovos e, com isso, orienta as equipes a priorizarem essas áreas”, explicou.
Laperriere destacou ainda que a tecnologia é simples, de baixo custo e tem resultados comprovados. “A implementação é feita gradualmente, permitindo que mais municípios adotem a metodologia. Paralelamente, realizamos treinamentos e capacitações das equipes municipais para garantir a eficiência do processo”, acrescentou.
Cada kit de ovitrampa é composto por um pote, palheta, clipe metálico e levedo de cerveja em pó, utilizado para atrair as fêmeas do Aedes aegypti e do Aedes albopictus. A armadilha é instalada conforme critérios técnicos definidos pelo Ministério da Saúde. As palhetas, onde os ovos ficam depositados, são trocadas semanalmente, e o equipamento é limpo e preparado novamente para o próximo ciclo de coleta.
O uso das ovitrampas faz parte da Diretriz Nacional para a Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas, que orienta as ações de vigilância entomológica no Sistema Único de Saúde (SUS). No Espírito Santo, a metodologia começou em abril de 2024, em 16 municípios, e hoje já cobre cidades de todas as regiões do Estado — do Norte ao Sul, passando pela Grande Vitória.
A expansão da estratégia reforça o compromisso do Espírito Santo com o controle das arboviroses e a proteção da saúde pública, utilizando ciência, tecnologia e planejamento para enfrentar o mosquito de forma inteligente e preventiva.