Visitar Serro é como fazer uma viagem pela história, com suas igrejas e casarões coloniais bem preservados. No entanto, a cidade oferece muito mais do que apenas seu rico passado. Serro encanta com suas belas paisagens serranas, rios e cachoeiras, com seu povo acolhedor, suas festas ricas em cultura e uma culinária deliciosa, com destaque para o ilustre Queijo do Serro, Patrimônio Imaterial do Brasil. Um destino que merece estar na sua próxima viagem para Minas Gerais! Estivemos por lá e vamos te ajudar a planejar o passeio!
Serro, Minas Gerais
Serro fica no centro-nordeste de Minas Gerais, a cerca de 90 km de Diamantina, em meio a Serra do Espinhaço. Uma região serrana com clima característico. O primeiro nome dado para a cidade, com origem tupi-guarani, “Ivituruí”, significa “vento do morro frio”, e faz referência ao clima do local. Mesmo no verão, as noites por lá são geladas. Nas proximidades, estão os bucólicos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, com casinhas charmosas e capelas centenárias.
A história de Serro começa em 1702, quando bandeirantes em busca de pedras preciosas fundaram um arraial que, em pouco tempo, se tornou uma das vilas mais importantes do norte de Minas. A cidade fazia parte do Caminho dos Diamantes e da Estrada Real, rota por onde os minérios do interior de Minas eram escoados até o litoral do Rio de Janeiro, de onde seguiam para a Europa.
Com o declínio da mineração, a economia local se voltou para a pecuária e a agricultura de subsistência. A geografia da região ainda dificultou a integração de Serro aos novos padrões de transporte e desenvolvimento do século XIX. Esse isolamento, segundo o Iphan, contribuiu para a preservação do patrimônio histórico da cidade, tombada desde 1938.
Atualmente, Serro, com seus 21 mil habitantes, se dedica principalmente à agricultura familiar e à produção de queijo. O modo de preparo do famoso Queijo do Serro é reconhecido como Patrimônio Imaterial do Brasil, um dos mais aclamados pratos típicos de Minas Gerais. Outro destaque cultural é a Festa do Rosário e o Congado do Serro, que preservam tradições de religiões de matriz africana e mobilizam com orgulho moradores de todas as idades.
Como chegar até Serro
A maneira mais cômoda de chegar a Serro é de carro, tanto pelo trajeto até a cidade quanto pelo deslocamento no local. As ladeiras são bastante íngremes, há vários passeios pela área rural, e estar de carro facilita explorar a região. De Belo Horizonte até Serro são 227 km pela MG-010. Saindo de Diamantina, a distância é de 90 km, pelas BR-367 e BR-259.
Outra opção é viajar de ônibus, partindo de Belo Horizonte com a companhia Viação Serro. Há mais de uma saída por dia, com viagens que duram cerca de 6 horas e custam entre R$ 120 e R$ 170. Já saindo de Diamantina, são cerca de 2 horas e meia, com a empresa Pássaro Verde, e os valores entre R$ 30 e R$ 36.
O que fazer em Serro
Contemplar a Escadaria da Igreja de Santa Rita
A escadaria que liga a entrada da Igreja de Santa Rita ao centro de Serro é principal cartão-postal da cidade. Um cenário de beleza bucólica. Seus 57 largos degraus de pedra, rodeados por arbustos bem aparados e casas em estilo colonial, direcionam o olhar ao topo da ladeira, perfeitamente alinhada à torre do relógio da Igreja.
A construção data do século XVIII e passou por reformas ao longo do século XIX, que deram à fachada sua aparência atual. Em seu interior, há acabamentos em madeira entalhada e pintura com efeito marmorizado. Do alto da escadaria do Serro, ainda é possível avistar o Pico do Itambé, um dos pontos mais altos da região.
Explorar as cachoeiras de Serro
Para quem gosta de aventura, com trilhas que presenteiam com um banho de cachoeira no final, a região de Serro é um ótimo destino. Os fluxos de água que correm pelo relevo formas várias quedas d’águas. Alguns ficam em propriedades particulares, sendo cobrada uma taxa de preservação em torno de R$ 10. Abaixo, confira algumas cachoeiras da região:
- Cachoeira do Malheiros
(12 km de Serro) - Cachoeira da Pedra Lisa
(19 km de Serro) - Cachoeira do Moinho
(Milho Verde, de 24 km de Serro) - Cachoeira do Carijó
(Milho Verde, 24 km de Serro)
Aventurar-se no Parque Estadual Pico do Itambé
O Parque Estadual do Pico do Itambé é repleto de riquezas naturais. Com nascentes e cabeceiras dos rios das bacias do Jequitinhonha e Doce, cachoeiras e cursos d’água, o parque é conhecido como a “caixa d’água” da região, devido a sua abundante riqueza hídrica. Nele também se encontra o Pico do Itambé, com 2.052 metros, o ponto mais alto da Serra do Espinhaço e um dos mais elevados do estado. O nome “Itambé”, de origem tupi, significa “pedra afiada”.
Partindo de Serro, são aproximadamente 26 km até o parque. A entrada é gratuita e ocorre de quarta a segunda-feira, das 8h às 17h. No local, são oferecidos passeios, incluindo a subida ao Pico do Itambé, que requer agendamento prévio e autorização fornecida no parque. Também há a possibilidade de pernoitar no parque, em uma experiência para até 15 pessoas. Além disso, o parque oferece trilhas e belas paisagens para aqueles que preferem uma visita mais rápida. Para mais informações basta acessar o site.
Conhecer a produção de Queijo do Serro
O Queijo do Serro é reconhecido como Patrimonio Imaterial do Brasil e um dos pratos típicos de Minas Gerais mais aclamados. Feito com leite integral, pingo (tipo de fermento natural) e sal, é maturado por no mínimo 17 dias. Nas fazendas produtoras da região é possível conhecer mais sobre o processo e ainda provar a delícia. As visitas devem ser agendas previamente. Contatos aqui.
Estivemos na Fazenda Engenho da Serra, uma das mais tradicionais e onde há uma espécie de museu do queijo. Nele, o proprietário Jorge Simões conta sobre a tradição familiar e a importância de preservar o modo de fazer desse tesouro de Serro. Ele explica que a forma artesanal como é feito e as características ambientais da região são o segredo para o sucesso do preparo. Para quem quer apenas provar, na cidade há várias lojas que vendem o Queijo do Serro.
Visitar a “Vila Fantasma” na Serra da Carola
No alto da Serra da Carola, a cerca de 18 km de Serro, repousa uma pequena vila de casas desabitadas construída ao redor da Capela de Nossa Senhora das Dores. A capela foi erguida em homenagem às bênçãos alcançadas por aqueles que subiam ao topo do morro pedindo graças à santa. Para celebrar a fé, todos os anos, durante o jubileu (que acontece em julho), os fiéis sobem o morro e se hospedam por uma semana nas construções da “vila fantasma”.
Para visitar o local partindo de Serro, é necessário pegar a MG-10 em direção à cidade de Conceição do Mato Dentro. Após cerca de 15 km, haverá sinalizações indicando a entrada para o distrito de Deputado Augusto Clementino. Passando pela capela local, há uma estrada de terra que leva ao topo do Morro da Carola, mais 3 km adiante. O trajeto já oferece belas paisagens, mas a vista da serra no topo é a mais impressionante. Tire uns instantes para apreciar a paz do lugar.
Aprender sobre a região no Museu Casa dos Ottoni
O Museu Casa dos Ottoni fica em uma construção do século XVIII, próxima ao centro, com arquitetura tradicional dos solares rurais mineiros, e conta com um acervo fixo de mais de 500 utensílios, móveis e obras de arte, além de exposições itinerantes. A visita é gratuita e pode ser feita de terça a sábado, das 10 h às 18 h e de domingo das 8 h às 12 h.
Encantar-se com a arquitetura da cidade
Devido à preservação e homogeneidade do patrimônio histórico de Serro, o Iphan tombou todo o acervo urbano e paisagístico do município em 1938. Os templos e casarões refletem o apogeu da exploração mineral em Serro e ainda hoje podem ser contemplados. Entre os mais significativos estão a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja de Bom Jesus de Matozinhos e a Casa dos Ottoni, que hoje abriga o Museu Regional. Para apreciar a arquitetura local, recomendo um passeio pela Praça João Pinheiro.
Fonte: Melhores Destinos
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