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Lenacapavir: prevenção semestral alivia sintomas do HIV

Lenacapavir bloqueia replicação do HIV com aplicação semestral e promete substituir PrEP oral.

Por Beatriz Fraga

2 mins de leitura

em 15 de jul de 2025, às 11h08

FOTO: Freepik
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Lenacapavir, vendido como Sunlenca ou Yeztugo, pertence à classe de inibidores do capsídeo. Ele trava etapas essenciais do ciclo do HIV. A droga impede formação, dissolução e montagem do capsídeo viral, dessa forma, alivia sintomas do HIV, como prevenção semestral.

Eficácia excepcional

Estudos de fase 3 comprovaram:

  • Em mulheres africanas, o tratamento semestral atingiu 100 % de proteção contra o HIV
  • Ensaios com mulheres cis perceberam proteção total, enquanto grupos com PrEP oral registraram taxas entre 1,5 % e 1,8 %
  • Na comparação global, o medicamento reduziu infecções em até 96 %, superando a PrEP oral

Vantagem semestral

Em vez de tomar pílulas diariamente, os pacientes recebem duas injeções por ano. Assim, minimiza-se abandono e melhora-se adesão.

Aprovação regulatória

A FDA aprovou o lenacapavir em junho de 2025 para prevenção do HIV com o nome Yeztugo. A Europa, Canadá e EUA já liberaram o uso desde 2022 como tratamento para HIV multirresistente. No Brasil, a Gilead registrou o pedido na Anvisa em abril de 2025. O órgão avalia as versões injetável e oral prioritariamente.

Desafios de acesso

Apesar de alto impacto, o custo anual pode chegar a US$ 28 000–44 000. A Gilead planeja genéricos para países de baixa renda, mas o Brasil ainda não figura entre eles .

Lenacapavir representa um divisor de águas na prevenção do HIV. Com eficácia quase perfeita e aplicação semestral, ele supera a PrEP oral. Ao mesmo tempo, seu custo e regulamentação no Brasil exigem negociações estratégicas. Por isso, aguarda-se aprovação formal e diálogo sobre inclusão no SUS em escala responsável.

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