Ingestão de placenta: moda entre famosas pode trazer riscos à saúde materna
Especialistas alertam que a ingestão de placenta não traz benefícios comprovados e pode causar infecções graves.

A ingestão da placenta após o parto, conhecida como placentofagia, virou tendência entre celebridades. Conforme mídia internacional, a jornalista Vick Hope, esposa do DJ Calvin Harris, revelou recentemente que aderiu à prática. Muitas mulheres enxergam esse gesto como forma de conexão simbólica com o parto ou reforço da saúde no puerpério. No entanto, médicos e cientistas alertam: a prática não tem respaldo científico e pode representar sérios riscos à saúde da mãe e do bebê.
No reino animal, mamíferos consomem a própria placenta como estratégia de sobrevivência. Já entre humanos, a ingestão — seja em cápsulas, vitaminas ou pratos cozidos — ganhou força nas redes sociais. Ainda assim, essa prática não passa pelo controle sanitário adequado, nem por protocolos seguros de esterilização, o que levanta sérias preocupações entre profissionais da saúde.
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O que a ciência já comprovou?
Apesar das promessas de mais energia, prevenção da depressão pós-parto e estímulo à amamentação, os estudos científicos não comprovam nenhum desses benefícios. Pesquisadores da Universidade de Northwestern (EUA) analisaram os dados disponíveis e concluíram que comer placenta — crua, cozida ou encapsulada — não melhora a saúde materna no pós-parto.
Além disso, especialistas alertam que a placenta pode carregar toxinas, vírus e bactérias. Em 2017, um bebê foi infectado por estreptococo após a mãe ingerir cápsulas contaminadas. O caso levou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) a emitir um alerta sanitário.
O que dizem os especialistas brasileiros?
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não recomenda o consumo da placenta em nenhuma forma. Quando retirada, o órgão exige manuseio seguro e normas de biossegurança — o que raramente ocorre fora de ambientes médicos controlados.
Tendência ou desinformação?
Famosas como Bela Gil e Lunna LeBlanc popularizaram a ingestão de placenta, influenciando outras mães. No entanto, a falta de base científica coloca a saúde em risco. Como alternativa simbólica e sem riscos biológicos, muitas famílias têm optado por registrar o momento do parto com impressões artísticas da placenta, mantendo o vínculo sem abrir mão da segurança.
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