Quando a demência apaga rostos: caminhos para manter a conexão
Estratégias empáticas ajudam famílias a lidar com o não reconhecimento causado pela demência.

Conforme evidências científicas, a demência compromete progressivamente funções como memória, atenção, linguagem e raciocínio, dificultando a autonomia e a conexão com o mundo ao redor. Um dos momentos mais dolorosos para familiares é quando o paciente deixa de reconhecer pessoas queridas. Essa realidade, além de emocionalmente devastadora, exige preparo e estratégias para preservar a qualidade de vida de todos os envolvidos.
Compreender a demência e agir de forma consciente reduz a sobrecarga emocional. O termo “demência” engloba várias síndromes de perda cognitiva progressiva, como o Alzheimer, que afetam a capacidade de lidar com finanças, se orientar, lembrar compromissos e realizar tarefas simples. Assim, quando o reconhecimento de rostos falha, a doença já atingiu áreas cerebrais ligadas à percepção visuoespacial, sinalizando estágio avançado.
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O diagnóstico precoce, disponível no SUS, permite adotar terapias que retardam sintomas e oferecem suporte à família. Desse modo, estudos mostram que até 45% dos casos podem ser prevenidos ou retardados com cuidados adequados. Por isso, buscar avaliação médica diante dos primeiros esquecimentos recorrentes, gerados pela demência, é fundamental para preservar autonomia e bem-estar.
O peso emocional e a adaptação familiar à demência
O geriatra Natan Chehter alerta que a reação inicial costuma incluir choque, tristeza e, muitas vezes, culpa. É essencial entender que o afastamento emocional não é escolha do paciente, mas consequência clínica da doença. Forçar lembranças ou insistir em perguntas pode gerar constrangimento.
A abordagem ideal envolve criar experiências prazerosas sem exigir decisões complexas. Em vez de perguntar qual música ouvir, simplesmente toque aquela que sempre trouxe alegria. Adapte atividades e hobbies: um desenho simples para quem pintava, um jogo com regras mais leves para quem adorava competir. Aceitar o novo ritmo, evitar conflitos e manter estímulos adaptados fortalece o vínculo, mesmo sem o reconhecimento.
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