Saúde e Bem-estar

Últimas 24h de vida: sinais e conforto espiritual no Brasil

Fé e espiritualidade guiam a percepção de boa morte no Brasil, segundo estudo.

A foto alude à boa morte e aos seus sinais
FOTO: Freepik

O conceito de boa morte varia conforme cultura e contexto individual. Um estudo publicado na revista BMC Palliative Care analisou 32 pessoas com demência, em estágio leve a moderado, no Brasil e no Reino Unido. A pesquisa mostrou diferenças significativas: enquanto britânicos priorizam autonomia e planejamento, brasileiros destacam fé, espiritualidade e aceitação do destino. A inclusão de pacientes com demência foi fundamental, segundo Edison Vidal, coautor do estudo e diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo.

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Muitos pacientes ainda conseguem expressar valores, preferências e participar de conversas significativas. Historicamente, eles são subestimados e desconsiderados, pois a sociedade presume que não conseguem contribuir. No Brasil, a espiritualidade atua como mecanismo de alívio diante de incertezas sociais e econômicas, moldando a percepção de uma boa morte. Essa compreensão é essencial para que profissionais de saúde adaptem cuidados, respeitando diferenças culturais e individuais.

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O que molda a ideia de uma boa morte

  • No Reino Unido: autonomia, liberdade e controle sobre decisões finais.
  • No Brasil: fé, aceitação e vínculo familiar como pilares do conforto espiritual.

Sinais comuns nas últimas 24 horas de vida

A enfermeira Julie McFadden, referência em cuidados paliativos, descreve três sinais típicos:

  1. Ronco da morte: som semelhante a gorgolejo, causado por acúmulo de secreções.
  2. Alteração respiratória: respiração lenta, irregular, com pausas longas ou suspiros agônicos.
  3. Olhar da morte: paciente inconsciente, olhos e boca abertos, olhar parado e sem foco.

Nem todos os pacientes apresentam esses sinais, e alguns podem partir de forma repentina. Entender esses processos ajuda a reduzir medo e ansiedade, permitindo que familiares direcionem atenção ao acolhimento emocional nos momentos finais.

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.