Aconselhamento rápido pode reduzir número de fumantes no Brasil
Conversas rápidas, em consultas médicas, podem reduzir drasticamente o tabagismo no Brasil. Veja como e porquê.

Imagine a cena: um paciente fumante chega ao consultório para tratar de outra questão. O médico, em apenas três minutos, fala sobre os riscos do cigarro e sugere ajuda para abandonar o hábito. Simples, rápido e eficaz. Se essa prática fosse rotina, o Brasil teria hoje meio milhão de fumantes a menos. A estimativa, divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), reforça a importância do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiEsse dado mostra que pequenas ações geram grandes resultados. A redução de 500 mil fumantes, equivalente a 2,5% dos atuais 20 milhões, poderia poupar R$ 1 bilhão em custos de saúde. Para o Inca, trata-se de uma chance desperdiçada. Conforme ele, basta incluir a conversa breve nas consultas, pois o impacto vai além da prevenção individual: beneficia toda a rede pública, que hoje enfrenta altos custos e limitações de recursos.
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Consultas rápidas, resultados duradouros
Pesquisas oficiais, como a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, revelam que quase 10 milhões de fumantes não receberam nenhum tipo de orientação médica sobre o tabagismo. Ainda assim, os números mostram que quem recebeu aconselhamento tentou parar mais vezes do que quem não recebeu. Ou seja, a palavra do profissional funciona como um estímulo poderoso.
O Inca lançou cartilhas para agentes comunitários e defende que todos os especialistas aproveitem as consultas para reforçar o alerta. A Organização Mundial da Saúde também recomenda o aconselhamento breve, de até três minutos, em qualquer atendimento. Além disso, o Sistema Único de Saúde oferece tratamento gratuito e multidisciplinar para quem deseja parar de fumar, ampliando o alcance dessa iniciativa.