Vacina contra herpes-zóster pode reduzir risco de doenças cardiovasculares
Vacina contra herpes-zóster pode prevenir doenças cardiovasculares em adultos.

Estudos recentes indicam que a vacina contra herpes-zóster pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares graves, incluindo AVC e infarto. Pesquisas mostram que adultos entre 18 e 50 anos vacinados apresentaram queda de 18% nos riscos, enquanto pessoas com mais de 50 anos registraram redução de 16%. O levantamento analisou dados de 19 estudos internacionais, incluindo mais de 53% de participantes homens e idades médias entre 53,6 e 74 anos.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiO estudo global, conduzido pelo médico Charles Williams, da GSK, reuniu evidências de eficácia da vacina para prevenir eventos cardiovasculares. Os resultados apontam diminuição de 1,2 a 2,2 casos a cada 1 mil pessoas por ano. A Sociedade Europeia de Cardiologia sugere considerar vacinas como o quarto pilar da prevenção cardiovascular, junto a medicamentos para pressão, colesterol e diabetes.
Mais evidências e opinião de especialistas
O infectologista Renato Kfouri reforça que a infecção viral não é o único fator de risco para doenças do coração. É preciso analisar obesidade, hipertensão e diabetes para compreender o impacto da vacina. Segundo ele, evidências indicam que outras imunizações, como a da gripe, também ajudam a prevenir infartos e AVCs. Assim, a vacinação contra herpes-zóster pode ser um instrumento adicional de proteção cardiovascular.
Disponibilidade e custos no Brasil
No país, a vacina está disponível apenas na rede privada, custando entre R$ 850 e R$ 1 mil por dose. O esquema completo exige duas doses, totalizando até R$ 2 mil. O Ministério da Saúde solicitou à Conitec avaliação técnico-científica para possível incorporação ao SUS, mas ainda não há decisão.
Sobre o herpes-zóster
Causado pelo vírus Varicela-Zóster, o mesmo da catapora, o vírus permanece latente no corpo e pode reativar na idade adulta ou em imunodeprimidos, provocando cobreiro. Os sintomas incluem dor nos nervos, formigamento, ardor e coceira, seguidos de lesões na pele, principalmente torácica e cervical. Complicações como herpes oftálmico e neuralgia pós-herpética podem prejudicar a qualidade de vida, especialmente em idosos.
Doenças cardiovasculares no mundo
Conforme a OMS, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 31% das mortes globais, totalizando cerca de 17,9 milhões de óbitos em 2016. Desses, 85% decorrem de infartos e AVCs, reforçando a importância da prevenção em todas as idades.