Por que mulheres saudáveis também podem sofrer infartos, segundo estudo
Estudo mostra que mulheres saudáveis podem sofrer infarto por inflamação silenciosa. Diagnóstico precoce e tratamento reduzem riscos cardiovasculares.

Infartos e derrames não atingem apenas quem apresenta pressão alta, colesterol elevado, diabetes ou histórico de tabagismo. Pesquisas recentes mostram que até metade dos casos ocorre em pessoas consideradas saudáveis, sem os chamados fatores de risco tradicionais. Entre as mulheres, o cenário preocupa ainda mais, já que muitas vezes elas recebem diagnóstico tardio e ficam sem o acompanhamento adequado. Essa invisibilidade aumenta o número de casos graves e reduz as chances de prevenção eficaz.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiConforme estudo conduzido pelo Mass General Brigham, nos Estados Unidos, 12.530 mulheres inicialmente saudáveis durante 30 anos. Ao longo desse período, quase mil sofreram eventos cardiovasculares, como infarto ou AVC. Os resultados, publicados no European Heart Journal, revelam que o coração feminino pode esconder vulnerabilidades pouco rastreadas. Segundo especialistas, a inflamação silenciosa pode explicar parte desses episódios inesperados.
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Inflamação e riscos ocultos
O trabalho mostrou que mulheres com níveis elevados de proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) têm risco até 77% maior de desenvolver doenças coronárias e 39% maior de sofrer AVC. Esse marcador inflamatório, no entanto, ainda não faz parte da rotina de rastreamento em vários países, apesar de já integrar protocolos europeus. Para cardiologistas, identificar a inflamação por volta dos 40 anos é essencial para prevenir complicações futuras.
Tratamento preventivo pode salvar vidas
Os pesquisadores observaram, assim, que mulheres com inflamação, mesmo sem fatores clássicos de risco, reduziram em até 38% a chance de eventos cardiovasculares quando tratadas com estatinas. Isso mostra que, além de mudanças no estilo de vida, a terapia medicamentosa pode desempenhar papel básico. Reconhecer que o coração das mulheres pode estar vulnerável mesmo sem sinais tradicionais é um passo decisivo para reduzir, desse modo, mortes precoces e garantir qualidade de vida no envelhecimento.