Médico capixaba atua em equipe que devolve movimentos a tetraplégicos
Médico capixaba integra equipe que desenvolve material capaz de devolver movimentos a tetraplégicos. Confira.

O médico capixaba Dr. Olavo Borges Franco, natural de Jerônimo Monteiro (ES), integra uma equipe que desenvolve o Polilaminina, polímero inovador com potencial de devolver movimentos a tetraplégicos. Assim, o projeto combina neuroregeneração, biocompatibilidade e tecnologia de ponta, posicionando o Brasil na vanguarda da medicina regenerativa. Além disso, a pesquisa demonstra resultados promissores em pacientes com lesões recentes na medula espinhal, com readaptação de movimentos antes perdidos.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA equipe, coordenada pela bióloga Tatiana Sampaio, construiu o Polilaminina a partir da laminina, proteína extraída da placenta humana. Em seguida, o material passou por um processo exclusivo de polimerização, criando um andaime biológico capaz de reconectar neurônios e acelerar a cicatrização de tecidos nervosos. Com isso, o projeto alia ciência básica, inovação tecnológica e impacto social significativo.
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Resultados clínicos e avanços
Estudos acadêmicos já apontam resultados impressionantes:
- Pacientes com lesões recentes apresentam recuperação parcial ou completa da mobilidade;
- Tecidos nervosos lesionados mostram cicatrização mais rápida;
- Neuroconexões se regeneram, aumentando qualidade de vida;
- O projeto avança para novos protocolos clínicos com validação internacional.
Importância para o Brasil e o Espírito Santo
Para Dr. Olavo Borges Franco, participar dessa pesquisa representa um marco histórico. Além de reforçar o protagonismo brasileiro na medicina, o trabalho da equipe traz orgulho e alegria para todos. A expectativa é que o Polilaminina revolucione tratamentos para lesões medulares, beneficiando milhões de pessoas em todo o mundo.
“Estamos diante de uma descoberta que pode transformar vidas globalmente. A ciência brasileira lidera um avanço sem precedentes.
No nosso laboratório, desenvolvemos um medicamento denominado polilaminina. Ele é produzido a partir da placenta, de onde extraímos uma proteína natural presente em diversos tecidos humanos. A professora Tatiana Sampaio, minha orientadora, desenvolveu um método de polimerização dessa proteína, que normalmente se apresenta em unidades isoladas. O processo permite que essas unidades se unam, formando um polímero chamado polilaminina.
Os testes realizados — desde culturas celulares até experimentos em animais e seres humanos — demonstraram resultados promissores na recuperação de movimentos em pessoas com lesões medulares. Em um estudo clínico, oito pacientes foram tratados: dois faleceram precocemente em decorrência da gravidade das lesões completas, mas os seis sobreviventes recuperaram funções motoras, incluindo um paciente que voltou a andar.
Esse é o primeiro tratamento medicamentoso da história para regeneração da medula espinhal. Atualmente, não há alternativas comerciais disponíveis. No momento, aguardamos a aprovação da Anvisa para dar início aos estudos regulatórios, etapa indispensável para tornar a droga acessível ao público. A expectativa é que esse processo leve de dois a três anos.
No âmbito do meu doutorado, eu e meu colega de pesquisa, Dr. Arthur Luiz Freitas, investigamos como a polilaminina atua no organismo. Já identificamos dois mecanismos centrais: a neuroproteção, que impede a morte neuronal após o trauma, e a formação de novas conexões neuronais, permitindo a restauração da comunicação entre cérebro, músculos e receptores sensoriais.
Em síntese, a polilaminina representa um avanço inédito na medicina regenerativa, com potencial de transformar o tratamento de lesões medulares traumáticas.”
Próximos passos
O Polilaminina seguirá em fase avançada de validação científica e deve inspirar protocolos clínicos internacionais. Enquanto isso, o estudo atrai atenção de pesquisadores e instituições, reforçando a importância da medicina regenerativa para tratar lesões graves.