Dor crônica: especialistas explicam causas, sintomas e tratamentos
Dor crônica vai além do físico e exige diagnóstico preciso e tratamento personalizado.

A dor crônica é uma condição complexa que ultrapassa o físico e atinge também o emocional e o psicológico. Artistas como Daniele Valente, diagnosticada com fibromialgia, e Astrid Fontenelle, que enfrenta o lúpus, mostram como viver, desse modo, com dor exige resistência, cuidado e acompanhamento especializado.
De acordo com o neurocirurgião Wuilker Knoner, especialista em medicina da dor, a condição deve ser tratada, em primeiro lugar, como uma doença independente, e não apenas como sintoma. Ele explica que a dor se torna crônica quando permanece por mais de três meses, mesmo que a causa inicial seja tratada. Isso ocorre porque o sistema nervoso permanece em alerta constante, mantendo o sinal de dor ativo.
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Como a dor afeta o corpo e o comportamento
Essa alteração neurológica, conhecida como Síndrome Dolorosa Crônica, provoca ansiedade, depressão, insônia, irritabilidade e fadiga. Em casos graves, pacientes podem sentir, desse forma, dor até em partes amputadas, fenômeno chamado de membro fantasma.
De acordo com o especialista, o estresse emocional e o cansaço mental agravam o quadro. “Corpo e mente não funcionam separados. Quando o emocional está abalado, a dor tende a se intensificar”, explica.
Diagnóstico difícil e tratamento personalizado
O diagnóstico da dor crônica ainda representa um grande desafio. Muitos pacientes buscam alívio em prontos-socorros, mas recebem apenas medicamentos voltados para dores agudas. “Não existe exame que detecte a dor crônica. O diagnóstico depende da avaliação clínica e da escuta atenta do paciente”, reforça Wuilker.
Ele recomenda procurar um médico especialista em dor quando o sintoma persiste por mais de três meses.
O tratamento, conforme o neurocirurgião, é personalizado e pode combinar medicações, fisioterapia, acupuntura, psicoterapia e técnicas integrativas, como ioga e mindfulness. Em situações mais graves, há recursos avançados, como a estimulação magnética transcraniana e o neuroestimulador, conhecido como “marca-passo da dor”.
O futuro da medicina da dor
Para Wuilker, o futuro está na humanização do cuidado. “Não basta tratar a doença. É preciso cuidar da pessoa que sente dor”, conclui o especialista, ressaltando, assim, que o objetivo é devolver qualidade de vida e autonomia.
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