Hemodiafiltração reduz mortalidade em 68% no SUS
A hemodiafiltração reduz em 68% a mortalidade renal no SUS e exige expansão urgente.

Uma pesquisa brasileira apresentou dados inéditos sobre a hemodiafiltração, técnica moderna de terapia renal substitutiva. O estudo revelou que o método reduz em 68% o risco de morte entre pacientes atendidos exclusivamente pelo SUS. Além disso, os resultados reforçam a urgência de ampliar o acesso ao procedimento, já que a maior parte dos serviços ainda utiliza a hemodiálise convencional. Embora o fim da fila por tratamentos de maior qualidade pareça distante, o dado reacende o debate nacional. Assim, cresce a pressão por melhorias estruturais.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiO estudo BRIGHT-HD, publicado no Journal of Clinical Medicine, reuniu informações de 369 pacientes acompanhados entre 2022 e 2024 em centros de São Paulo e do Vale do Paraíba. Entre eles, 321 fizeram hemodiálise tradicional e 48 receberam hemodiafiltração. Mesmo após ajustes para idade, diabetes e tipo de acesso vascular, o grupo tratado com a técnica avançada apresentou mortalidade significativamente menor. Dessa forma, o estudo consolidou a eficácia clínica da HDF no contexto público. Além disso, ampliou a credibilidade do método na nefrologia brasileira.
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O que torna a técnica mais eficaz
A hemodiafiltração combina princípios da hemodiálise com filtragem adicional de toxinas. Assim, ela remove moléculas que a técnica convencional não consegue eliminar com eficiência. Por isso, pacientes tendem a apresentar melhor evolução clínica, mais qualidade de vida e menor risco de complicações fatais.
Por que o SUS ainda não oferece o método em larga escala
Apesar dos resultados, a adoção da HDF enfrenta obstáculos significativos. A técnica exige infraestrutura com água ultrapura, padrões elevados de controle microbiológico e níveis rigorosos de endotoxinas. Entretanto, a RDC 11/2014 não diferencia os parâmetros de qualidade da água entre hemodiálise e hemodiafiltração. Como consequência, muitos serviços não conseguem adaptar seus sistemas internos. Além disso, a falta de incentivo federal dificulta a expansão das estruturas necessárias.
Especialistas defendem ampliação imediata
Os pesquisadores afirmam que a HDF demonstra benefícios sólidos e sustentáveis. Eles defendem que o SUS discuta a ampliação do acesso, já que a técnica pode elevar a expectativa de vida de milhares de brasileiros com doença renal crônica. Assim, o país tem oportunidade concreta de melhorar os resultados em saúde pública.
Com base em informações do portal Metrópoles.