
A festa de Corpus Christi de Castelo, no Sul do Espírito Santo, está entre as dez maiores manifestações religiosas do país. São mais de seis décadas de história. Turistas de diversas partes do país e do mundo vão para a cidade apreciar a confecção dos tapetes, feitos por quase três mil voluntários.
O número de itens utilizados impressiona: são mais de 50 mil quilos de pó de pedra e mais de 200 kg de borra de café para ajudar na confecção, além de outros materiais. Somente no ano passado, Castelo recebeu mais de 80 mil turistas no evento. Mas nem sempre foi assim, tudo começou com apenas um tapete.

O primeiro quadro foi confeccionado há 62 anos, por Zuleide Pereira da Silva, a Irmã Vicência, das Filhas da Caridade. “Jamais pensei que um dia eu pudesse ser tão lembrada e não tinha noção, no ano de 1963, com o primeiro tapetinho que a festa tomaria a proporção dos dias atuais”. A frase estampada na contra capa do livro “Corpus Christi”, da autora e pesquisadora Joelma Cellin, é da Irmã Vicência, em 1999.
A religiosa confeccionou o primeiro quadro em frente à Capela de Nossa Senhora das Graças, da Santa Casa de Castelo. E foi apenas um quadro feito com flores, folhas e pigmentos diversos de terra. As passadeiras começaram a fazer parte no ano seguinte, em 1964.
Tradição de Corpus Christi
Antes da irmã Vicência começar a tradição, os fiéis católicos da cidade celebravam a data de outra forma. No dia de Corpus Christi, cobriam as ruas do Centro da cidade com folhas de mangueira, e a procissão passava por cima delas. Na época não havia preocupação com a estética.
A história mudou e o que eram apenas folhas verdes espalhadas pelas ruas, ganhou cor e forma. Ao longo dos anos, os participantes foram aprimorando a maneira de fazer os tapetes e desenhos. E, com isso, o tamanho dos quadros e passadeiras cresceu.
O tamanho dos quadros, no início, era de um metro por um metro e meio, e as passadeiras eram de um metro por um metro. Hoje, são cinco metros por cinco metros, e quatro metros por quatro metros, respectivamente. Além disso, formas de madeiras ou ferro, que ajudaram a ornamentar as ruas mais rápido, começaram a fazer parte do trabalho.

Trajeto
O trajeto por onde passam os tapetes mudou algumas vezes. Foram sete trajetos diferentes, alguns até maiores do que os 1,5 km atuais. Este se mantém há mais tempo. Começa em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora; segue pela Rua Carlos Lomba, desce pelo Frei Manoel, depois, percorre toda a extensão da Avenida Ministro Araripe e termina na Rua Antônio Machado, retornando à Igreja Matriz.
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