Obesidade no Brasil: um desafio crescente e urgente
Obesidade atinge milhões de brasileiros e requer tratamento rápido e individualizado.

O Brasil enfrenta uma epidemia silenciosa. De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de obesidade entre adultos dobrou desde 2006, saltando de 11,8% para 24,3% em 2023. Especialistas afirmam que esse aumento está diretamente ligado à mudança nos hábitos alimentares e à queda na atividade física. Alimentos ultraprocessados dominam a dieta, especialmente entre adolescentes e moradores das regiões Sul e Sudeste. Enquanto isso, o consumo de frutas, verduras e legumes segue em queda.
Ao mesmo tempo, o Atlas Mundial da Obesidade alerta: quase metade dos brasileiros será obesa até 2044, caso nada mude. Esses dados ligam o sinal de alerta para os profissionais de saúde, que já propõem novas estratégias de prevenção e tratamento. Nesse contexto, a abordagem tradicional baseada apenas em dieta e exercício físico precisa evoluir.
Leia também – Câncer colorretal deve causar 36% mais mortes até 2040
Novas diretrizes médicas para tratar a obesidade
Em 2024, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) lançou diretrizes atualizadas para o tratamento da obesidade. Elas propõem o uso precoce de medicamentos combinados com mudanças no estilo de vida. O foco está em metas realistas, como perder ao menos 10% do peso corporal, o que já melhora condições como diabetes, hipertensão e apneia do sono.
O tratamento da obesidade agora também considera fatores como a medida da cintura, não apenas o índice de massa corporal (IMC). Pacientes com IMC abaixo de 30, mas com comorbidades, já podem iniciar o uso de medicamentos como Ozempic ou Mounjaro, sob orientação médica.
Cirurgia bariátrica e prevenção de doenças cardiovasculares
O Conselho Federal de Medicina também revisou as normas para cirurgia bariátrica. Agora, adolescentes a partir de 14 anos e adultos com IMC a partir de 30 já podem se beneficiar do procedimento. A nova diretriz reconhece a obesidade como fator de risco cardiovascular e recomenda rastrear anualmente doenças como diabetes, hipertensão e dislipidemia em pacientes com sobrepeso.
Essa abordagem integrada, com foco na prevenção e no tratamento precoce, representa um avanço importante no combate à obesidade. E mais do que reduzir o peso, ela protege o coração, melhora a qualidade de vida e garante longevidade ao paciente.
Receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta clicar aqui