Saúde e Bem-estar

Paciente do SUS capixaba recebe polilaminina após liberação judicial

A Justiça determinou a aplicação da polilaminina em quatro pacientes com lesão medular recente, marcando um avanço científico no SUS.

A foto mostra equipe médica responsável pela cirurgia com polilaminina
Foto: Redes Sociais

No último sábado, o sistema público de saúde do Espírito Santo viveu um momento histórico. Um paciente com lesão medular considerada extremamente grave recebeu a aplicação da polilaminina, uma terapia experimental desenvolvida no Brasil. A substância ainda não possui autorização comercial da Anvisa, porém estudos científicos já demonstraram resultados promissores de segurança e eficácia. A aplicação ocorreu após decisão da Justiça Federal, que garantiu o acesso imediato ao tratamento.

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Além disso, o procedimento aconteceu em um hospital filantrópico de Cachoeiro de Itapemirim, com acompanhamento médico especializado. De acordo com a equipe responsável, o paciente permaneceu estável e respondeu bem à intervenção inicial. Contudo, a avaliação dos efeitos clínicos ainda depende de acompanhamento contínuo e criterioso.

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Procedimento realizado com equipe médica especializada

A aplicação da polilaminina ocorreu após cirurgia de descompressão e estabilização da coluna. O procedimento utilizou técnica transcutânea, realizada pelo neurocirurgião Dr. Bruno Alexandre Cortes, chefe do serviço de neurocirurgia do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. Reconhecido nacionalmente, o médico se deslocou até o Espírito Santo para executar a intervenção.

De acordo com o médico Dr. Olavo Borges Franco, integrante da equipe científica do projeto, a lesão do paciente envolveu ruptura total da medula e da coluna vertebral, condição frequentemente considerada incompatível com a vida. Ainda assim, a equipe optou pela aplicação da substância, seguindo rigorosamente a ordem judicial e os protocolos clínicos.

Pesquisa científica brasileira avança

A polilaminina integra uma linha de pesquisa coordenada pela Dra. Tatiana Coelho de Sampaio, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em estudos laboratoriais e aplicações experimentais anteriores, a substância apresentou resultados positivos em animais e em humanos, com relatos de recuperação parcial de movimentos e sensibilidade.

Até o momento, seis pacientes tratados experimentalmente apresentaram ganhos funcionais. Um dos casos mais emblemáticos envolveu um paciente com lesão medular completa, que retomou atividades cotidianas sem limitações motoras significativas.

Outras decisões judiciais ampliam o alcance

Além do caso no Espírito Santo, outras três decisões judiciais autorizaram o uso da polilaminina em pacientes do Rio de Janeiro e da Bahia. Todos sofreram lesões medulares agudas recentes, decorrentes de acidentes de trabalho, trânsito e motociclismo. As aplicações devem ocorrer nos próximos dias, desde que não haja impedimentos médicos ou jurídicos.

O Sr. Mitter Mayer, assessor especial do Governo do Espírito Santo, ajudou a articular as pontas ciência, governo, Justiça, família e médicos para que a esperança chegasse a tempo.

Nesse processo, em nota oficial, o laboratório responsável informou que cumpriu integralmente as decisões judiciais e reforçou que o medicamento segue em processo de avaliação junto à Anvisa. Enquanto isso, o governo capixaba deve anunciar parceria estratégica com a UFRJ e a indústria farmacêutica Cristália para avançar no desenvolvimento da tecnologia no SUS.

Com base em informações da Rede Social do Dr. Olavo Franco.

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.