Saúde e Bem-estar

TDAH: como identificar os sinais e garantir diagnóstico precoce em crianças

O TDAH é um transtorno comum e tratável. Saiba mais sobre essa condição neurobiológica.

A foto alude à crinaça com TDAH
Foto: Freepik

De acordo com estudos, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta entre 3% e 5% das crianças em idade escolar, sendo mais comum entre os meninos. Pesquisas indicam que cerca de 50% dos casos continuam na vida adulta, o que reforça, assim, a importância do diagnóstico e tratamento precoces.

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Diagnóstico do TDAH

Para o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), é necessário que seis ou mais sinais de desatenção ou de hiperatividade/impulsividade estejam presentes em duas ou mais situações (como casa e escola) e que afetem o desempenho social ou acadêmico. Nem todos os sintomas precisam ocorrer ao mesmo tempo.

Sinais de desatenção:

  • Dificuldade em prestar atenção a detalhes.
  • Problemas para manter o foco em tarefas ou brincadeiras.
  • Parecem não ouvir quando alguém fala diretamente.
  • Não seguem instruções e não concluem atividades.
  • Dificuldade para organizar tarefas e compromissos.
  • Evitam tarefas que exigem esforço mental prolongado.
  • Perdem objetos com frequência.
  • Distraem-se facilmente com estímulos externos.
  • São esquecidas em atividades diárias.

Sinais de hiperatividade e impulsividade:

  • Movimentam-se ou mexem mãos e pés com frequência.
  • Deixam o lugar em momentos inadequados.
  • Correm ou escalam em situações inapropriadas.
  • Dificuldade para brincar de forma tranquila.
  • Estão sempre em movimento, como se “tivessem um motorzinho”.
  • Falam em excesso.
  • Respondem antes de ouvir toda a pergunta.
  • Têm dificuldade para esperar a vez.
  • Interrompem ou se intrometem nas conversas.

Diagnóstico de TDAH

O TDAH pode ser diagnosticado em qualquer idade, mas a detecção precoce em crianças e adolescentes favorece o tratamento e o desenvolvimento de estratégias para lidar com os sintomas. Os sinais geralmente surgem antes dos 12 anos e afetam o desempenho escolar, os relacionamentos e o ambiente familiar. O tratamento combina, dessa forma, medicação, terapia e suporte escolar. Rotinas organizadas, incentivo a esportes e artes e acompanhamento médico adequado são essenciais para o bem-estar e o controle do transtorno.

Tratamento do TDAH

O tratamento varia conforme a idade e a gravidade dos sintomas, combinando diferentes abordagens para melhorar o bem-estar e o desempenho do paciente:

  1. Psicoterapia:
    • Ensina técnicas de organização.
    • Ajuda no controle da impulsividade.
    • Contribui para o fortalecimento da autoestima.
  2. Mudanças no estilo de vida:
    • Criação de rotinas estruturadas.
    • Uso de lembretes visuais e planejamento diário.
    • Prática regular de atividades físicas.
  3. Uso de medicamentos:
    • Estimulantes: metilfenidato e anfetaminas.
    • Não estimulantes: atomoxetina e antidepressivos.
    • Sempre com prescrição e acompanhamento médico.
  4. Suporte educacional ou profissional:
    • Adaptações no ambiente escolar ou de trabalho.
    • Estratégias para melhorar foco, produtividade e convivência.

O tratamento deve ser personalizado, com ajustes constantes, para apoiar o desempenho acadêmico, profissional e social do paciente.

TDAH: epidemia ou excesso de diagnóstico?

O aumento nos diagnósticos de TDAH levanta dúvidas sobre possíveis erros na identificação do transtorno. Muitos comportamentos agitados podem ser parte do desenvolvimento normal infantil, especialmente entre 2 e 4 anos, quando é natural que as crianças sejam ativas e barulhentas.

O diagnóstico deve considerar mais que a tolerância de pais e professores. A hiperatividade só deve ser relacionada ao TDAH quando vem acompanhada de impulsividade e dificuldade de concentração.

Punir ou repreender o comportamento ativo tende a piorar os sintomas. Estratégias como evitar longos períodos sentados e contar com educadores preparados ajudam no controle. Se o comportamento persistir, uma avaliação médica ou psicológica é recomendada para confirmar ou descartar o TDAH.

Estudos apontam que, sem o tratamento adequado, o TDAH pode se prolongar até a fase adulta e gerar, desse modo, dificuldades emocionais, profissionais e financeiras, além de risco aumentado de comportamentos autodestrutivos.

Por isso, é essencial que os pais fiquem atentos aos sinais e busquem avaliação especializada. O diagnóstico é feito com base em critérios clínicos e comportamentais, e o tratamento adequado pode transformar o futuro da criança

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.