Saúde e Bem-estar

Uso de vape reacende risco de tabagismo entre adolescentes

Uso de vape entre adolescentes aumenta chance de tabagismo e ameaça décadas de combate ao cigarro.

Beatriz Fraga Beatriz Fraga

A foto mostra vapes.
FOTO: Freepik

Mesmo com décadas de campanhas contra o tabagismo, o uso de vapes entre adolescentes reacende um velho problema de saúde pública. Um estudo publicado pela revista Tobacco Control, liderado pela Universidade de Michigan, mostra que os jovens que usam cigarros eletrônicos hoje têm a mesma probabilidade de começar a fumar cigarros comuns que adolescentes da década de 1970.

A pesquisa analisou dados de três gerações de britânicos e mostrou uma reversão alarmante na tendência de queda do tabagismo. Embora o número geral de fumantes tenha diminuído, adolescentes que usam vapes correm um risco 30 vezes maior de se tornarem fumantes frequentes.

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Vape: o novo vilão disfarçado

Entre os jovens que nunca usaram vape, apenas 1 em 50 passou a fumar regularmente. Já entre os que usam vapes com frequência, a taxa sobe para quase 1 em 3. Os cigarros eletrônicos, com sabores e embalagens atrativas, vendem a ilusão de uma alternativa segura, mas reintroduzem o fumo como hábito aceitável entre adolescentes.

Impacto entre gerações e regulamentação

Os dados compararam três grupos: jovens nascidos em 2000 expostos ao vape desde cedo; adolescentes da década de 1980; e crianças que cresceram nos anos 1950. Os pesquisadores alertam que os efeitos de longo prazo do vape ainda são incertos, mas a associação com o cigarro é evidente.

Por isso, defendem mais fiscalização, políticas rígidas e campanhas de conscientização. A pressão por leis mais severas tende a aumentar, à medida que os dados reforçam os riscos do vape. A saúde das futuras gerações está em jogo — e agir agora é urgente.

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