Saúde e Bem-estar

Intoxicação medicamentosa: quando o remédio se transforma em veneno

A morte de Lô Borges expõe o aumento das intoxicações por medicamentos e os riscos da automedicação no Brasil.

A foto mostra Lô borges, músico que morreu devido à intoxicação medicamentosa
Foto: Redes Sociais

O Brasil registra um aumento preocupante nas internações por intoxicação medicamentosa, alerta que ganhou força após a morte do cantor e compositor Lô Borges, aos 73 anos, vítima de uma grave interação entre remédios. O caso reacende, desse modo, o debate sobre os riscos da automedicação e do uso simultâneo de fármacos, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.

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Crescimento das internações

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 14 mil pessoas foram internadas em 2022 por intoxicação medicamentosa — aumento de 18% em relação a 2021.
Os estados com mais registros são:

  • São Paulo, com mais de 4 mil casos;
  • Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal, que completam o topo da lista.

Além disso, 1,7 milhão de brasileiros procuraram atendimento médico por reações adversas a medicamentos no mesmo período.

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O que é interação medicamentosa

A interação medicamentosa ocorre quando dois ou mais remédios alteram o efeito um do outro — podendo diminuir a eficácia ou potencializar efeitos tóxicos.
Dessa forma, entre as combinações mais perigosas estão:

  • Analgésicos e anti-inflamatórios: risco de úlceras e sangramentos;
  • Antidepressivos e ansiolíticos: podem deprimir o sistema nervoso central;
  • Antibióticos com álcool: reduzem a eficácia e aumentam reações adversas.

Quando o tratamento vira risco

Segundo o médico Fernando Suparregui Dias, da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), misturar sedativos e medicamentos com efeito semelhante pode causar depressão respiratória, coma e necessidade de ventilação mecânica.

Como evitar a intoxicação

Os especialistas orientam medidas simples e eficazes:

  • Jamais misturar remédios sem prescrição médica;
  • Evitar álcool durante o tratamento;
  • Listar todos os medicamentos em uso e informar ao médico;
  • Não reutilizar receitas antigas sem nova consulta.

A automedicação, somada ao fácil acesso a remédios, tem feito o Brasil enfrentar uma epidemia silenciosa. Casos como o de Lô Borges reforçam a urgência de falar sobre o tema — e lembrar que todo remédio, em dose errada, pode virar veneno.

Com informações do portal Globo.

Formada em Letras e Direito, com especialização em Linguística, Literatura e Publicidade & Propaganda. Possui experiência em Gestão Pública e Pedagógica. Atua na editoria de Saúde e Bem-Estar do AQUINOTICIAS.COM, na plataforma Viva Vida.