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Turismo

Patrimônio da Penha: uma viagem mística no coração do Caparaó capixaba

Nesta verdadeira viagem você poderá descobrir as impressões de quem já esteve por lá e assim se aventurar por este relato impressionante e saber mais sobre este cantinho considera místico e de rara beleza

Por Redação

11 mins de leitura

em 26 de dez de 2023, às 13h20

Há lugares cuja energia parece vibrar em outra frequência, capaz de influenciar o estado de espírito das pessoas. Assim é Patrimônio da Penha: uma viagem mística no coração do Caparaó capixaba, onde será realizado o festival Penha Roots, em abril de 2024, com atrações como Elba Ramalho e Marcelo Falcão.

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Nesta verdadeira viagem você poderá descobrir as impressões de quem já esteve por lá e assim se aventurar por este relato impressionante e saber mais sobre este cantinho considera místico e de rara beleza, pelo fotógrafo Farley Rocha, autor deste artigo. Confira:

Certamente, muito do fascínio por Patrimônio da Penha tem a ver com a sua localização geográfica. Situada na cordilheira sul da Serra do Caparaó, a pequena comunidade – com pouco mais de cem casas e uma dúzia de ruas à sombra das montanhas – é rodeada por riachos, cascatas e reservas de Mata Atlântica que compõem um exuberante quadro impossível de passar despercebido.

Fundada por desbravadores no tempo do Império, a vila é uma das muitas que surgiram aos pés do pico da Bandeira, entre as vertentes capixaba e mineira da serra. Algumas são batizadas com nomes muito peculiares: Mundo Novo, Limo Verde, Santa Marta, Pedra Roxa, Santa Clara, Príncipe, Forquilha do Rio, Pedra Menina, Vale do Paraíso, Vargem Alegre.

Patrimônio da Penha: uma viagem mística no coração do Caparaó capixaba

Patrimônio da Penha ainda é considerada por muitos um dos chakras energéticos do planeta. Talvez essa mística esteja ligada à ação de um pequeno grupo de idealistas que, entre as décadas de 1980 e 1990, buscaram um refúgio longe das metrópoles e estabeleceram ali uma comunidade alternativa.

O objetivo era uma rotina mais saudável por meio de práticas espirituais, alimentação orgânica e atitudes elementares como o contato direto com o ambiente natural. Assim, movidos pela intuição e um senso de rara coragem eles trocaram a tensão da cidade por um estilo de vida simples num recanto paradisíaco e remoto.

Por estarem ancorados em seitas, hábitos e doutrinas não convencionais, e por optarem por uma organização social cujos valores refletiam a irmandade e a conexão máxima entre homem e natureza, o advento do Portal do Céu (nome dado ao complexo de cabanas, chalés, choupanas e ocas construídos no meio da floresta montanha acima) foi atraindo, ao longo do tempo, gente de todo tipo e lugar com posicionamentos afins.

Entre eles andarilhos artesãos, terapeutas holísticos, adeptos do Santo Daime, religiosos de matriz oriental, astrólogos da Nova Era e remanescentes da Revolução Hippie. Tanto que o local já sediou grandes encontros nacionais e internacionais de comunidades do gênero.

Miscelânia cultural

Dessa confluência de culturas, em que a tradição rural se fundiu com filosofias e costumes sofisticados, resultou uma estética própria bastante perceptível quando se caminha pelo povoado.

Intercaladas às casas de roça com janelinhas de madeira e cerca de bambu, há outras que se destacam pela extravagância das cores, com pinturas de mandalas, filtros dos sonhos, aves silvestres e arco-íris ornamentando suas fachadas.

De certo modo, tal contraste realça o equilíbrio oculto que rege o lugar, já que no passado – como alguns supõem – a região foi habitada por diferentes etnias indígenas, que deixaram nas águas, no solo e nas plantas a energia de seus cultos e crenças ancestrais. Com isso, o folclore que se criou entorno da vila faz dela uma espécie de santuário, um reduto para quem busca boas vibrações.

Patrimônio da Penha: uma viagem mística no coração do Caparaó capixaba

Desfrutando de atrativos naturais como cachoeiras, trilhas e o próprio cenário bucólico em que se emoldura, o Patrimônio da Penha acabou se transformando em um dos principais pontos de visitação da Serra do Caparaó.

Mediante ao potencial recentemente descoberto, empreendedores locais e de fora – muitos com genuínos propósitos sustentáveis em sua forma de trabalhar – vêm investindo em estabelecimentos comerciais para atender ao fluxo de turistas que costumam lotar pousadas, campings e hostels em feriados e fins de semana.

Essa visibilidade, somada a uma crescente demanda, foi responsável por um verdadeiro boom gastronômico na localidade, que passou de um ponto isolado no mapa a um destino cobiçado. Surgiram diversos restaurantes, cafeterias e lanchonetes de diferentes nichos e propostas.

Alguns, voltados para uma culinária mais rústica, oferecem um cardápio típico do interior com comida de fogão a lenha; outros, com referências de cozinha autoral, têm uma pegada mais requintada e gourmet; e há também os mais conceituais, com pratos vegetarianos que combinam sabor, simplicidade e consciência. Mas em quase todos se encontra um ar agradável de informalidade, com mesas externas sobre áreas gramadas ou distribuídas entre flores e mensageiros dos ventos no fundo dos quintais.

Seguindo a tendência na qual esoterismo, gastronomia e ecologia se misturam, no decorrer do ano são realizados ali importantes eventos relacionados ao universo da contracultura, como o Patrimônio da Música, o Festival de Jazz e Blues, o Penha Roots e o já lendário Festival Holístico de Artes Cósmicas, que movimentam o lugarejo e cativam um público cada vez mais eclético.

Turismo com respeito à cultura e as tradições do local

Embora os moradores, em certa medida, acabem tendo sua rotina de tranquilidade alterada devido ao grande número de pessoas em cada edição, os organizadores procuram mitigar os impactos através de campanhas de conscientização, que vão desde a arrecadação de donativos aos cuidados com o próprio lixo que se produz.

O fato é que Patrimônio da Penha, ainda que conserve sua essência camponesa, tornou-se hoje o centro de maior manifestação multicultural das cordilheiras do Caparaó. Porque suas características particulares, além de despertarem atenção e curiosidade de brasileiros e estrangeiros, também atraem espécimes de toda tribo e estilo.

Por isso, é comum se deparar partilhando do mesmo espaço com trabalhadores rurais de chapéu de palha e enxada às costas interagindo com figuras místicas de bata colorida, cabelo rastafari e tatuagem nos braços.

Para os que vêm de fora, são justamente cenas inusitadas como essas que fazem o Patrimônio da Penha valer a pena. Porque quem experimenta a sua magia, seja num programa de domingo ou em algum de seus vários festivais, sabe que nenhum preconceito resiste à sua intrigante energia

Macondo brasileira

A mesma energia que se sente reverberar ao atravessar a ponte de cordas sobre a Cachoeira do Encanto, ou em meio ao cenário primitivo da Cachoeira da Pedra Escorada, ou quando se ouve o guinchar selvagem dos barbados flutuando nas matas, ou quando se está na emblemática Casa de Vidro, no mirante do Portal do Céu, contemplando a lua ou o nascer do sol.

A intensidade dessa força telúrica, capaz de convergir pessoas, culturas e sensações, pode ser pressentida antes mesmo de se chegar ao povoado. Na estrada de acesso, é possível perceber a mudança gradativa da atmosfera ao dobrar de cada curva abaixo da cordilheira.

Principalmente depois de passar pela igrejinha de Santo Expedito, plantada à direita no alto de uma colina na beira do asfalto. A partir dali, é como se o caminho adentrasse um território onírico onde o mecanismo do tempo, do clima e da realidade funcionasse segundo uma lógica própria, diferente do mundo exterior.

Por isso, tão fascinante quanto uma Macondo brasileira, o Patrimônio da Penha equivale ao universo criativo de um Gabriel García Márquez. Mas, ao contrário da aldeia mítica de Cem Anos de Solidão, o efeito mágico que sua aura sugere nos parece soar bastante real.

Extraído do artigo de Farley Rocha

Como chegar:

Patrimônio da Penha é um distrito do município de Divino de São Lourenço-ES. Está localizado às margens da estrada ES-190, na vertente oriental do Parque Nacional da Serra do Caparaó, a 237 km de Vitória, 377 km de Belo Horizonte e 472 km do Rio de Janeiro.

De Iúna é preciso seguir o caminho, que passará por Ibitirama, até chegar no trevo em Santa Marta, cerca de 55 km após sair da BR-262. Depois disso, basta seguir a esquerda e mais 11 km estará chegando em Patrimônio da Penha.

Onde ir:

Os principais atrativos para conhecer Patrimônio da Penha: uma viagem mística no coração do Caparaó capixaba, além de toda magia que a envolve, são as cachoeiras cristalinas. Indicamos nesta matéria as principais para você curtir durante a estadia.

Antes de mais nada, é importante saber sobre o estacionamento ao visitar as cachoeiras da região. Caso esteja hospedado em um dos campings localizados no morro acima, é permitido passar de carro. Aliás, o valor é simbólico e cada visitante pode deixar o valor que achar justo. Desse modo, todo esse dinheiro é revertido para o próprio espaço, sem trazer lucro, na maioria dos casos.

As cachoeiras de Patrimônio da Penha são fantásticas e certamente, são um dos locais mais procurados da região. Abaixo, vamos descrever cinco delas, para você saber o que esperar ao visitá-las. Portanto, confira!

  • Cachoeira do Beija Flor

Uma das primeiras cachoeiras que os visitantes veem, é a Cachoeira do Beija-Flor, identificada por uma placa de fácil visualização. Depois da guarita, a pé, leva cerca de 3 minutos para ver a plaquinha e mais alguns metros para chegar até a queda. Em resumo, a cachoeira conta com uma bela queda d’água e um poço onde as águas são termais e garantem uma hidromassagem natural.

  • Cachoeira Vó Tuti

A Cachoeira Vó Tuti fica após a anterior, onde o visitante dá de cara com uma bifurcação, para chegar até ela é preciso escolher a esquerda. Entretanto, a outra direção leva para as outras cachoeiras. Dessa forma, independente de qual caminho seguir, será recompensado. A Vó Tuti tem a queda um pouco mais alta que a anterior, porém seu poço natural é um pouco menor. Por isso, o local pode ficar cheio rapidamente. Um outro ponto muito legal dessa cachoeira, são suas águas bem transparentes.

  • Cachoeira da Purificação

Caso opte pela direita ou volte da anterior e siga a direita, a última cachoeira que irá encontrar é a Cachoeira da Purificação. Sendo necessário seguir para a esquerda para chegar até lá. A Cachoeira da Purificação conta com dois poços, um, na parte de baixo e outro na parte de cima. Para banhar-se recomendamos o poço localizado na parte de cima.

  • Cachoeira Caldeirão das Maravilhas

Escondida em meio a mata, está a Cachoeira Caldeirão das Maravilhas. Ela não possui uma placa que identifique seu local. Entretanto, ela fica a cerca de 200 metros da Cachoeira do Beija Flor. Como ponto de referência é possível avistar uma casa abandonada. Seguindo pela lateral esquerda do local, está a trilha, que leva até a cachoeira “oculta”. Basta segui-la para chegar até a cachoeira. O caminho é um pouco íngreme, mas tem alguns pontos de apoio para facilitar o acesso.

  • Cachoeira Arco Íris

Próxima a anterior, está a Cachoeira Arco Íris. Bastando retornar a estrada e pegar a entrada à esquerda, seguindo um pouco adiante. O local conta com três poços, cada um com uma queda d’água e uma queda d’água maior saindo de cima das pedras. Todo o entorno da cachoeira é exuberante e a água costuma ser bem rasinha!

Onde se hospedar

Para visitar Patrimônio da Penha existem alguns locais que os visitantes podem se hospedar. Portanto, vamos citar locais no próprio distrito e locais bem próximos em Divino de São Lourenço.

Pousada Patrimônio dos Sonhos (em Patrimônio da Penha);

Casa da Montanha (em Patrimônio da Penha);

Pousada Recanto dos Ipês (na divisa de Patrimônio da Penha);

Hospedagem Brilho da Lua (em Divino de São Lourenço, bem próximo);

Espaço Puri (em Divino de São Lourenço, também bem próximo);

Chalé Flor do Caparaó (em Patrimonio da Penha);

Hospedagem Casa do Chapéu (em Patrimônio da Penha)

Hospedagem Casa Verde (em Patrimônio da Penha)

Casinha Roots (em Patrimônio da Penha)

Quando visitar Patrimônio da Penha ES

Patrimônio da Penha conta com diversas atrações, sendo dentro dela ou na região que a cerca. É uma região que pode ser visitado em qualquer estação do ano.

Para dias mais quentes, vale a pena conhecer as belas cachoeiras. Já em dias mais frios, a região tem muito a oferecer. Entretanto, de forma geral, para aproveitar melhor o distrito, recomenda-se visitar nos meses de primavera e verão.

Em suma, é possível ficar em um camping ou acampar em uma barraca. Com isso, o indicado é levar roupas para andar pelas trilhas até as cachoeiras, e caso acampe, é preciso levar o básico, como: kit de primeiros socorros, repelente para insetos, comida, água potável e é claro, uma barraca.

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