Ciência alerta: mortes por câncer podem explodir em escala global
Estudo global prevê crescimento de 75% nas mortes por câncer até 2050, com forte impacto em países em desenvolvimento.

Um levantamento internacional projeta que as mortes por câncer devem aumentar 75% até 2050. A pesquisa analisou 47 tipos de câncer em 204 países e concluiu que o número de óbitos pode ultrapassar 18 milhões. Em 2023, foram registradas 10,4 milhões de mortes. Assim, os cientistas estimam que a curva de crescimento siga em ritmo acelerado nas próximas décadas.
Esse aumento resulta principalmente de mudanças demográficas, envelhecimento populacional e desigualdades no acesso à saúde. Além disso, fatores de risco como tabagismo, obesidade, alimentação inadequada e sedentarismo influenciam diretamente nesse cenário. Entre eles, o tabaco responde por mais de 20% das mortes por câncer. Já o sexo desprotegido aparece relacionado a uma parcela significativa dos casos.
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Impacto nos países em desenvolvimento
Os países de baixa e média renda enfrentam os maiores desafios. Nessas regiões, a transição epidemiológica e a expansão de fatores de risco aceleram a incidência. No Brasil, por exemplo, a taxa de incidência de câncer cresceu de 153,1 por 100 mil habitantes em 1990 para 162,1 em 2023. Embora a taxa de mortalidade ajustada por idade tenha caído 15,8% nesse período, o envelhecimento populacional tende a elevar o número absoluto de óbitos.
Entre os tipos de câncer mais letais no Brasil, destacam-se pulmão, cólon e reto, estômago, mama e próstata. Esses tumores continuam entre os principais responsáveis por mortes, mesmo com avanços médicos.
Desafios e caminhos possíveis
Os pesquisadores alertam que, sem ações eficazes, a pressão sobre os sistemas de saúde se tornará insustentável. A recomendação inclui ampliar programas de rastreamento, melhorar o acesso a tratamentos modernos e fortalecer políticas públicas de prevenção. Restrições ao consumo de tabaco, estímulo à alimentação saudável e incentivo à atividade física estão entre as medidas mais urgentes.
A projeção mostra que reduzir o impacto do câncer exige esforço coletivo. Ao combater fatores de risco conhecidos e ampliar diagnósticos precoces, países podem salvar milhões de vidas nas próximas décadas.
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