Cirurgia no cérebro: nova arma contra obesidade
Uma cirurgia cerebral experimental busca combater a obesidade mórbida ao estimular o cérebro e reduzir a compulsão alimentar. O procedimento promete ajudar os pacientes a controlar o apetite e a perder peso de forma inovadora. A pesquisa, com acompanhamento de dois anos, traz perspectivas promissoras para tratamentos da obesidade.

Ivan dos Santos Araújo, de 38 anos, se tornou o primeiro paciente a passar por uma cirurgia no cérebro contra obesidade. Realizada, pela primeira vez no Brasil, , a operação visa oferecer uma nova solução para pessoas que sofrem de obesidade mórbida, um problema com o qual muitos lutam desde a infância.
O objetivo da cirurgia: controlar a compulsão alimentar
A cirurgia tem como objetivo estimular o núcleo accumbens, uma região do cérebro associada a vícios e recompensas. De acordo com estudos, ao ativar essa área, a expectativa é a de reduzir a compulsão alimentar, um dos principais fatores que levam à obesidade mórbida. Dessa forma, a cirurgia busca gerar uma sensação de saciedade, ajudando os pacientes, primeiramente, a controlar o apetite e, consequentemente, perder peso.
Como a cirurgia no cérebro contra obesidade funciona?
Os médicos implantam eletrodos no núcleo accumbens durante o procedimento. Esses eletrodos liberam neurotransmissores, como a dopamina, que geram sensação de bem-estar e saciedade. Com isso, o paciente sente menos fome e reduz a ingestão alimentar, o que lhe permite controlar melhor o peso.
Projeto de pesquisa e monitoramento a longo prazo
Este procedimento integra um estudo clínico que acompanhará os pacientes por dois anos. Durante esse período, os profissionais monitoram de perto os participantes e avaliam continuamente os efeitos do tratamento. A pesquisa inclui uma fase de duplo cego, na qual os médicos ativam os eletrodos de maneiras diferentes para identificar a configuração mais eficaz.
Parceria internacional e avanços promissores
A cirurgia é fruto de uma colaboração entre o HC-UFG e a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. A aprovação dos estudo aconteceu em 2018, só foi possível iniciar os procedimentos recentemente, devido à falta de recursos. Os pesquisadores, portanto, acreditam que, com os resultados dessa cirurgia, muitos outros pacientes poderão se beneficiar dessa abordagem inovadora.
Embora ainda seja um tratamento experimental e não esteja disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia oferece uma perspectiva promissora no combate à obesidade mórbida, apresentando uma alternativa para aqueles que não conseguiram resultados satisfatórios com tratamentos convencionais.
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