Descubra como um simples exame de sangue identifica Alzheimer cedo
Exame de sangue detecta Alzheimer com mais de 96% de precisão - leia e fique por dentro.

Um novo exame de sangue desenvolvido pela empresa americana Quanterix e testado por pesquisadores da UFRGS demonstrou alta capacidade de identificar o Alzheimer. O teste acertou entre 94% e 96% dos diagnósticos, desempenho comparável, assim, aos exames mais caros e invasivos, como o PET-CT e o exame de líquor.
De acordo com o neurocientista Eduardo Zimmer, líder do ZimmerLab, o método representa, dessa forma, “um avanço acessível e democrático para o diagnóstico assistido por biomarcadores”.
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O que o estudo comprovou sobre Alzheimer
- Foram avaliados 59 pacientes atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
- A proteína p-tau217, medida no plasma, mostrou acurácia próxima a 95%.
- O resultado confirma, portanto, o potencial dos biomarcadores sanguíneos para substituir exames caros.
- O custo estimado é até dez vezes menor que o dos métodos atuais, por isso, muito mais viável ao público
Zimmer explica que o exame não substitui o diagnóstico clínico, mas complementa e amplia o acesso a avaliações mais precisas.
Diferenças em relação aos exames atuais
- O PET-CT cerebral custa até R$ 10 mil.
- O exame de líquor exige punção lombar e, dessa forma, equipe especializada.
- A saber, nenhum dos dois está disponível no SUS.
- O novo teste, no entanto, utiliza apenas uma amostra de sangue, com leitura por equipamentos ultra-sensíveis.
Próximas etapas da pesquisa
A UFRGS lidera a Iniciativa Brasileira de Biomarcadores para Doenças Neurodegenerativas (IB-BioNeuro), que vai:
- Avaliar 3 mil voluntários em dez cidades do Rio Grande do Sul.
- Investir cerca de R$ 20 milhões, com apoio de órgãos públicos como MCTI, Finep e FNDCT.
- Testar o desempenho da tecnologia em larga escala pelos próximos 24 meses.
- Encaminhar os resultados à Anvisa, se os índices de acurácia se mantiverem.
Zimmer reforça: “Se validarmos essa tecnologia, o Brasil pode se tornar referência mundial em diagnóstico acessível para doenças neurodegenerativas.”
Educação e saúde mental também protegem o cérebro
Conforme outro estudo da equipe, publicado na The Lancet Global Health, educação e saúde mental são fatores decisivos para proteger o cérebro.
- A pesquisa analisou 41 mil pessoas de cinco países da América Latina.
- A baixa escolaridade foi o principal fator de risco para o declínio cognitivo.
- Depressão, isolamento e sedentarismo também aceleram o envelhecimento cerebral.
Zimmer resume: “Aprender é como treinar o cérebro. Quanto mais conexões ele cria, mais resistente se torna às doenças neurodegenerativas.”
O que pode mudar no futuro sobre o Alzheimer
- Diagnóstico precoce com um simples exame de sangue.
- Redução de custos e maior acessibilidade.
- Melhoria no monitoramento clínico de pacientes.
- Expansão do uso de biomarcadores no SUS.
Zimmer conclui: “Estamos diante de uma transformação profunda. Esse exame pode mudar a forma como envelhecemos.”
Com informações do portal Globo.
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