Gordura no cérebro e Alzheimer, combinação perigosa, revela pesquisa
Estudo indica que gordura acumulada em células cerebrais pode acelerar o avanço do Alzheimer.

Por anos, a ciência apontou as placas de proteínas malformadas como protagonistas do Alzheimer. Agora, uma pesquisa mostra que o acúmulo de gordura nas células de defesa do cérebro também acelera a doença. Essas células, chamadas microglias, perdem eficiência quando ficam carregadas de lipídios. Desse modo, deixam de eliminar as proteínas tóxicas associadas à degeneração cerebral.
O trabalho revelou que, próximas às placas beta-amiloides, essas células chegam a armazenar o dobro de gordura em comparação às mais afastadas. Nesse cenário, reduzem em até 40% a capacidade de remover proteínas nocivas. Assim, o processo de limpeza do sistema nervoso central fica comprometido. Esse achado amplia a visão sobre o que alimenta o avanço do Alzheimer e abre novas frentes de estudo.
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Entendendo a doença e seus sinais
O Alzheimer é o tipo mais comum de demência e responde por mais da metade dos casos registrados no Brasil. Ele afeta progressivamente a memória e outras funções cognitivas. Os primeiros sinais geralmente envolvem esquecimentos recentes. Depois, surgem sintomas como:
- dificuldade em lembrar fatos antigos;
- desorientação no tempo e no espaço;
- alterações de fala e comunicação;
- irritabilidade e mudanças de comportamento;
- perda de interesse por atividades rotineiras.
Embora mais frequente após os 70 anos, também pode surgir antes dos 40, quando recebe o nome de Alzheimer precoce.
Novos caminhos para o tratamento
Os cientistas identificaram uma enzima que desvia ácidos graxos para o armazenamento em forma de gordura. Esse mecanismo, que deveria ser transitório, se intensifica com o avanço da doença. Ao inibir ou degradar essa enzima em modelos animais, os testes mostraram redução de gordura, recuperação parcial da função imunológica e melhora de marcadores de saúde cerebral.
Ainda que iniciais, os resultados sugerem que terapias voltadas para o metabolismo lipídico da microglia podem complementar estratégias atuais. Assim, restaurar a capacidade natural dessas células pode fortalecer a defesa do cérebro contra a progressão do Alzheimer.
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