Surto de HIV cresce em duas regiões do Brasil - confira
Alto índice de HIV na Bahia e no RS acendem alerta para crescimento silencioso da doença.

A Bahia enfrenta uma crise alarmante de saúde pública: houve o registro de mais de 11 mil novos casos de HIV entre adolescentes recentemente em Salvador e cidades do interior. A maioria das infecções ocorre em jovens de 14 a 19 anos, sobretudo em comunidades periféricas. Especialistas apontam o início precoce da vida sexual, a ausência de preservativo, a vulnerabilidade social e a falta de diálogo familiar e escolar como fatores determinantes desse avanço.
Um novo estudo realizado na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), em 2024, apontou que a prevalência de pessoas diagnosticadas com HIV ultrapassou em 64% o limite considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O levantamento acendeu um alerta para o risco de uma epidemia silenciosa não apenas do HIV, mas também de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Brasil.
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A situação exige resposta imediata das autoridades. Profissionais de saúde relatam que, em muitos casos, meninas adolescentes se relacionam com homens mais velhos, muitas vezes ligados à criminalidade e às drogas, o que eleva ainda mais o risco de transmissão. Sem orientação clara e acesso à prevenção, essa geração fica cada vez mais exposta.
O contraste global: retrocesso nos EUA x avanço no Brasil
O Brasil amplia o acesso universal à prevenção e tratamento do HIV, fortalece políticas públicas de saúde e garante maior inclusão aos pacientes vulneráveis. Já os Estados Unidos, sob decisão do presidente Donald Trump, suspenderam recursos do PEPFAR, gerando, dessa forma, insegurança em países dependentes desses programas essenciais.
No Brasil, o SUS garante gratuitamente 22 medicamentos em 38 apresentações farmacêuticas, incluindo a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Essa foi usada por mais de 110 mil pessoas em 2024. Esse avanço fortalece, desse modo, a resposta nacional e mantém o país como referência mundial no combate à Aids.
Dados preocupantes do Brasil (2023-2024):
- 46.495 novos casos de HIV em 2023 (alta de 4,5% em relação a 2022).
- 38 mil novos casos de Aids em 2023 (crescimento de 2,5%).
- 10.338 mortes em 2023 – apesar da queda de 32,9% em 10 anos.
- 96% das pessoas estimadas com HIV já foram diagnosticadas – meta global superada.
- PrEP distribuída a 110 mil usuários em 2024 pelo SUS.
Alerta para as novas gerações
Apesar dos avanços, o surto baiano mostra que a Aids não acabou. As novas gerações, marcadas pela desinformação e pela falta de orientação parental e escolar, estão vulneráveis. A epidemia exige campanhas educativas, acesso ampliado à testagem e a preservativos e, principalmente, um diálogo aberto dentro das famílias.
A luta contra o HIV precisa ser rotina. O descuido pode custar uma geração inteira.
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