Saúde e Bem-estar

Violência obstétrica: o que ninguém te conta sobre o parto

Casos de violência obstétrica revelam falhas graves em partos no Brasil. Conheça os sinais, saiba como denunciar e proteja seus direitos como gestante.

Por Beatriz Fraga

3 mins de leitura

em 23 de abr de 2025, às 12h19

Foto: Freepik
Foto: Freepik

Casos recentes envolvendo a médica influencer Anna Beatriz Herief reacenderam o alerta sobre a violência obstétrica no Brasil. Após diversas denúncias, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro suspendeu, assim, seu registro profissional. Mesmo assim, a médica nega as acusações e afirma que os procedimentos seguiam protocolos comuns ao parto.

Entre os relatos, destaca-se o da nutricionista Roberta Rodrigues Mendes, que precisou passar por uma cesariana de emergência. Durante o procedimento, uma artéria foi costurada ao ureter — canal responsável por ligar os rins à bexiga. O erro provocou, dessa forma, dores intensas e complicações graves após a alta hospitalar.

O que caracteriza a  violência obstétrica

A violência obstétrica vai além da agressão física. Ela pode assumir diversas formas e afeta mulheres em diferentes fases da gestação. A seguir, veja os principais sinais de alerta:

  • Comentários constrangedores ou autoritários durante o atendimento;
  • Realização de procedimentos sem autorização ou consentimento da gestante;
  • Negligência, omissão de cuidados ou intervenções desnecessárias;
  • Recusa de atendimento adequado, inclusive durante o pós-parto;
  • Impedimento da presença de acompanhantes, o que contraria a legislação vigente.

Como agir diante dessa situação?

A denúncia é fundamental para combater esse tipo de abuso. Veja os passos recomendados:

  • Solicite prontuários e registros médicos (é seu direito);
  • Reúna fotos, vídeos ou gravações do parto, se disponíveis;
  • Registre a denúncia, principalmente, nos canais oficiais: Disque 180, Ouvidoria do SUS, CRM, Ministério Público e Ministério da Saúde;
  • Busque orientação jurídica para acionar os responsáveis por danos morais e materiais.

Como prevenir casos de violência obstétrica?

A prevenção começa, nesse sentido, com o conhecimento. Por isso, adotar medidas antecipadas faz toda a diferença:

  • Elabore um plano de parto e compartilhe com a equipe médica;
  • Informe-se sobre seus direitos durante o pré-natal;
  • Exija a presença de um acompanhante de confiança;
  • Participe de cursos de educação perinatal para entender cada etapa do parto;
  • Mantenha diálogo aberto com os profissionais de saúde.

A violência obstétrica é uma realidade que precisa ser enfrentada com informação, denúncia e empoderamento. Garantir partos seguros e respeitosos não é um favor — é um direito de todas as mulheres.

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