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Saúde e Bem-estar

Público prioritário da vacina da dengue será de 6 a 16 anos, diz governo

O Ministério da Saúde explicou que irá definir critérios para determinar quem poderá receber o imunizante

Por Estadão

4 mins de leitura

em 16 de jan de 2024, às 14h31

Foto: Divulgação

A vacinação contra a dengue que será realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro vai ter como público prioritário crianças e jovens entre 6 e 16 anos, informou nesta segunda-feira, 15, o Ministério da Saúde.

A pasta explicou, no entanto, que, como o número de doses disponíveis não dá conta de imunizar toda essa faixa etária. E ainda irá definir quais outros critérios serão usados para determinar quem será imunizado neste primeiro ano de campanha.

De acordo com a pasta, o limiar das idades respeita recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi definido pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI).

Como mostrou o Estadão, a pasta vai adquirir 5,2 milhões de doses este ano da Qdenga, nome dado ao imunizante da farmacêutica japonesa Takeda.

Doações

O País deverá receber mais algumas doses via doação do laboratório, mas o quantitativo ainda está sendo definido. Entre vacinas compradas e doadas, o governo espera ter à disposição 6 milhões de imunizantes para serem distribuídos em 2024.

O Ministério da Saúde reconhece que o número de doses ainda é baixo. Como o esquema vacinal contra a doença se completa com duas doses, até 3 milhões de pessoas poderão ser protegidas com a Qdenga este ano.

Em razão da baixa quantidade de vacinas disponíveis, a proposta é decidir, dentro da amplitude da faixa etária estabelecida pela OMS, qual será o público-alvo para receber o imunizante.

“A Organização Mundial da Saúde define algumas limitações de idade para o uso dessa vacina. O quantitativo é pequeno.

Então, a gente tinha que fazer uma discussão de como seria a distribuição desse uso no território nacional, equilibrando o melhor resultado epidemiológico com a cobertura maior dos municípios”, disse Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Leia também: Nova vacina contra covid-19 é registrada pela Anvisa

“De 6 a 16 anos é o que a Organização Mundial da Saúde coloca como recomendação, e eles ainda condicionam a situação epidemiológica. Nós vamos respeitar o que a OMS diz. Então, vamos escolher uma faixa entre 6 e 16 anos (para receber a vacina)”, acrescentou.

Público alvo

A decisão para definir qual o público-alvo exato para receber a vacina, bem como será o processo de imunização nacional, será definido ainda em reuniões com os Estado e municípios.

“Foram dadas opções, e agora vamos levar para a discussão tripartite”, disse Gatti. “Eu não consigo adiantar quais municípios (vão receber as doses) neste momento, mas a discussão está sendo feita para que a gente tenha uma decisão o mais rápido possível”.

Produzida pelo laboratório Takeda, a Qdenga foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro. E passou a fazer parte do Programa Nacional de Imunizações desde então.

Segundo o Ministério da Saúde, a imunização completa tem uma eficácia de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo. Ainda de acordo com dados informados pela pasta, o imunizante reduz em 90% o risco de hospitalização.

Altos números de casos

Em 2023, o Brasil atingiu patamares históricos de casos de dengue. Com um total de 2,9 milhões de casos registrados até 11 de dezembro, o País foi considerado pela OMS como a nação com a maior incidência da doença no mundo.

Até esta data, o número representava mais da metade dos mais de 5 milhões de casos registrados mundialmente.

Eder Gatti afirmou que, embora a quantidade de doses disponíveis para este ano sejam baixas, tem a expectativa que o Brasil consiga produzir o imunizante dentro do próprio território para aumentar a cobertura vacina.

“Nós não temos outras vacinas licenciadas que possam ser utilizadas da mesma forma que esta. A gente espera, no futuro, ter produção nacional de vacina para ter uma estratégia de vacinação contra a dengue mais ampliada”, disse o diretor do PNI.

“A tendência é, no futuro, ter novas opções. O que estamos fazendo este ano é dar um primeiro passo, mas certamente um passo muito importante”, completou.

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