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“Eu via a morte chegando ao meu lado”, afirma Maria do Carmo

É muito difícil alguém dimensionar o meu sofrimento, o qual não desejo a ninguém.

Por Diorgenes Ribeiro

4 mins de leitura

em 10 de mar de 2024, às 11h02

Crédito: Arquivo Pessoal

Maria do Carmo Gomes Sílvio (65), possui uma história de vida muito parecida com tantas Marias que por aí existem. Se não fosse uma doença que quase tirou sua vida, e a perda em pouco tempo do esposo e do filho.

Servidora pública há 16 anos, na Câmara de Vereadores de Muniz Freire, na região do Caparaó, Maria descobriu em junho de 2014 que estava com câncer no cólon retal. Logo a descoberta veio quando viajou para a casa de sua filha Roberta, no Rio de Janeiro, para o batizado de sua neta Stella. Quando estava se preparando para retornar para casa, foi acometida de dores infinitamente dilacerantes.

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“Tive complicações e fui operada às pressas em 04 de junho de 2014. Na ocasião, foi retirado um tumor, 30 cm de parte do intestino e 2 pontos de diverticulite. O material foi levado para exames e em setembro veio a confirmação para minha surpresa: câncer de cólon retal”, comenta.

Maria do Carmo menciona que iniciou seu tratamento quimioterápico em outubro do referido ano, no Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (HECI), sob os cuidados do Dr. Pulido e de uma equipe maravilhosa. “Foram incansáveis e dolorosos 8 meses de tratamento, onde eu ficava internada dois dias ininterruptos tomando medicação”.

Finalmente, após 7 anos de batalha contra o câncer, Maria do Carmo recebeu a tão sonhada cura. Apesar disso, durante todo o tratamento, menciona que presenciou muitos fatos que marcaram sua vida. “Vi muito sofrimento, dor, pessoas pedindo a morte. Eu via a morte chegando ao meu lado, na minha frente. Pacientes se despedindo com um último sopro de vida. Isso me marcou muito”.

Família da Dona Maria
Crédito: Arquivo Pessoal

A primeira grande perda

No ano de 2021, poucos dias após sua alta, Maria do Carmo sofreu uma grande perda. Seu companheiro de longa jornada faleceu. Contudo, José Haroldo Sílvio, aquele que foi seu suporte em meio à tribulação da doença, tinha partido após um rompimento de varizes no esôfago, levando à falência dos órgãos.

“Meu amor, meu companheiro de longa caminhada, partiu sem eu poder segurar ao menos suas mãos”, disse emocionada.

Todavia, Maria conta que foi uma perda horrível que devastou sua família. Haroldo tinha sido um marido, pai e cidadão exemplar.

Maria do Carmo e esposo
Crédito: Arquivo Pessoal

A segunda grande perda

Passados dois anos e sete meses da perda de seu amado esposo, Dona Maria e toda sua família tiveram mais uma grande perda que dilacerou seu coração e sua alma.

Na manhã do dia 31 de dezembro de 2023, às vésperas do ano novo, seu filho, Rodrigo, morreu após um infarto fulminante.

Maria do Carmo conta que seu filho sempre trabalhou como pedreiro e não apresentava nenhum problema de saúde. Todavia, naquela manhã de domingo, como sempre fazia, Sapão, como era conhecido, saiu cedo para jogar bola em um clube da cidade.

Segundo relatos de amigos, ele levou as mãos ao abdômen e reclamou de um mal-estar, logo depois saiu do campo e se sentou. Em seguida, caiu para trás e foi levado ao hospital, onde tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso. Rodrigo já estava morto.

“Minha vida perdeu a metade, meu sorriso se foi, minha alegria já não mora mais em mim. É muito difícil alguém dimensionar o meu sofrimento, o qual não desejo a ninguém.

Maria e seu filho
Crédito: Arquivo Pessoal

Uma mulher de Fé

Assim, em meio a tanta dor, sofrimento e grades perdas, Maria do Carmo vai se sustentando e se mantendo em sua fé. Devota de Nossa Senhora Aparecida, ela frisa que se Jesus Cristo sofreu e morreu por nós pecadores, quem é ela para questionar suas dores e perdas?

“Sou católica e crente em Deus e Nossa Senhora. Agradeço a Deus por todos os momentos em minha vida. Pelas provações e pelas dores. Se Jesus Cristo sofreu e morreu por nós pecadores, quem sou eu para questionar as minhas dores e perdas?”

Com uma bondade infinita, um olhar doce, uma voz embargada pelas perdas e dores, Maria faz jus ao seu nome. É uma mulher de fé!

“Gostaria de deixar relatado para quem passou, está passando ou irá vivenciar situações como a minha, que tenham fé em Deus. Caminhem sempre segurando nas mãos Dele. Ele é misericordioso e bondoso para conosco. Afinal, O Senhor é meu Pastor e nada me faltará”, menciona Maria do Carmo Gomes, um exemplo de mulher.

Dona Maria
Crédito: Arquivo Pessoal

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