Alerta: resistência antimicrobiana já é tratada como pandemia global
Resistência antimicrobiana cresce no mundo e pode causar mais mortes que câncer até 2050. O que fazer?!

A resistência antimicrobiana, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das maiores ameaças à saúde global, foi tema central do Educa Talks. O evento debateu como as bactérias vêm desafiando os medicamentos disponíveis e tornando infecções comuns mais difíceis de tratar. Conforme especialistas, o fenômeno já pode ser chamado de “pandemia silenciosa”, pela rapidez e pela gravidade de sua expansão.
O alerta é claro: pacientes diagnosticados recebem diferentes antibióticos, mas muitos já não funcionam. Em alguns casos, médicos recorrem a drogas criadas nos anos 1940, cujos resultados são limitados. Além disso, o quadro revela que a medicina está perdendo ferramentas essenciais contra microrganismos cada vez mais resistentes. A falta de inovação em novas classes de antibióticos torna o cenário ainda mais preocupante.
Leia também – Doenças raras: saiba como lidar com elas
Mortes em escala global
Em 2019, infecções bacterianas causaram 7,7 milhões de mortes no mundo. Destas, quase 5 milhões estavam ligadas à resistência a antibióticos e 1,27 milhão ocorreram diretamente por microrganismos resistentes. Projeções indicam que, em 2050, as mortes por bactérias multirresistentes podem superar câncer e doenças cardíacas. Isso significa uma vida perdida a cada três segundos, caso nenhuma ação eficaz ocorra.
Falta de investimento e uso incorreto
Apesar da gravidade, apenas 43 antibióticos estão em desenvolvimento, todos derivados de gerações anteriores. O problema se agrava, desse modo, pelo uso inadequado: metade das prescrições hospitalares ocorre sem critério adequado. Soma-se a isso a automedicação e o uso excessivo de antibióticos na agropecuária.
Caminhos para enfrentar a crise
Para especialistas, a resposta passa por protocolos rígidos, educação da população, diagnóstico preciso e investimento em saneamento básico. Água tratada, vacinas e antibióticos usados de forma correta ainda representam as maiores armas para salvar vidas. Porém, sem consciência coletiva e incentivo à pesquisa, a resistência antimicrobiana seguirá avançando como uma ameaça global.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aqui