Saúde e Bem-estar

Covid longa: relação entre inflamação e sintomas neuropsiquiátricos

Estudo brasileiro aponta relação entre inflamação causada pela Covid longa e sintomas neuropsiquátricos

Por Redação

2 mins de leitura

em 26 de fev de 2025, às 11h31

FOTO: Freepik
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Um estudo brasileiro, realizado no Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental, com apoio da FAPESP, investigou a relação entre inflamação persistente e sintomas neuropsiquiátricos em pacientes com COVID longa. A pesquisa acompanhou 108 pessoas por dois anos após a alta hospitalar devido à COVID-19. Os pesquisadores focaram em pacientes com quadros moderados ou graves da doença.

Efeitos da inflamação no estado psicológico

O estudo analisou como as citocinas e quimiocinas, proteínas responsáveis pela resposta imunológica do corpo, influenciam os sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade e depressão. Como resultado, os pesquisadores encontraram uma conexão entre níveis elevados de eotaxina, um marcador inflamatório, e os sintomas depressivos nos pacientes.

Além disso, o índice pró-inflamatório, que soma todos os marcadores inflamatórios analisados no sangue, teve papel central na análise. Ele ajudou a mostrar como a combinação de fatores inflamatórios afeta o estado psiquiátrico e cognitivo dos pacientes.

Conexões com a ansiedade e implicações para diagnóstico

Os cientistas também investigaram o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF), uma proteína que ajuda na formação de vasos sanguíneos. Eles observaram uma associação entre o VEGF e sintomas de ansiedade, sugerindo que esse biomarcador pode ser fundamental para avaliar pacientes com COVID longa.

De acordo com Felipe Couto, graduando da Faculdade de Medicina da USP e principal autor do estudo, destacou que esses biomarcadores podem servir como ferramentas diagnósticas e prognósticas para a síndrome de COVID longa.

Perspectivas futuras

O estudo, realizado com análises estatísticas avançadas, reforça o papel da inflamação na persistência dos sintomas neuropsiquiátricos pós-COVID. Os pesquisadores sugerem a realização de novos estudos com amostras maiores e grupos de controle para aprofundar ainda mais a compreensão sobre a condição debilitante da COVID longa.

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