Um protocolo chamado “superbebê” viralizou nas redes sociais ao prometer que injeções de vitaminas e aminoácidos em gestantes poderiam aumentar o QI e fortalecer a imunidade dos bebês. Apesar da popularidade, especialistas alertam que a prática não tem comprovação científica e pode colocar mães e filhos em risco de intoxicação grave.

De acordo com o médico Dráuzio Varela, a suplementação indiscriminada proposta pelo “superbebê” pode sobrecarregar rins e fígado da criança. O protocolo indica aplicações antes da 12ª semana de gestação, mas órgãos de saúde como a OMS e o Ministério da Saúde recomendam apenas o uso de ácido fólico e ferro nesse período.

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Riscos da hipervitaminose

Há diversos registros de casos graves de intoxicação por excesso de vitaminas no Brasil. Em São Paulo, conforme informações divulgadas, a corretora Ana Paula Fernandes desenvolveu complicações após receber três injeções de vitamina B12 e D. Ela precisou passar por quatro cirurgias e ainda enfrenta sequelas. Outro caso envolveu a aposentada Tecla Maria Sena Silva, que recebeu doses quatro vezes superiores ao indicado e passou dois meses em uma UTI.

De acordo com especialistas, a hipervitaminose pode causar falência renal, intoxicação cerebral e danos em órgãos vitais. Só no último ano, a Anvisa registrou 240 notificações de problemas com suplementos vitamínicos, sendo 28% considerados graves.

Mercado bilionário e recomendações

A venda de suplementos sem orientação médica movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano no Brasil. Para endocrinologistas, trata-se de um problema de saúde pública. há pacientes intoxicados em unidades de diálise e UTIs, segundo a classe.

Especialistas reforçam que suplementação só deve ser ocorrer em casos de comprovação de deficiência. O equilíbrio na alimentação é a base da saúde, com frutas, verduras, legumes, feijão, arroz e carnes.