Síndrome de Moyamoya: jovem capixaba luta pela vida
A história de Ana Binda, jovem capixaba com síndrome de Moyamoya, mostra dor, limitações e, sobretudo, resistência diante de uma condição rara.

Em 2019, a vida de Ana Binda, então estudante de arquitetura e urbanismo, tomou um rumo inesperado. Diagnosticada com a síndrome de Moyamoya, doença rara que compromete os vasos sanguíneos do cérebro, a jovem passou a viver em uma clínica de Vitória (ES). As complicações surgidas logo após o diagnóstico agravaram seu quadro clínico e transformaram a rotina da família. Atualmente, aos 26 anos, Ana sobrevive com tratamentos contínuos, acompanhamento multiprofissional e uso de quase 30 medicamentos diários.
A trajetória de Ana revela sinais desde a infância. Com oito meses, recebeu o diagnóstico de hidrocefalia. Aos 1 ano e seis meses, precisou de cirurgia para corrigir estrabismo. Aos 17 anos, desmaiou ao andar de bicicleta, episódio que antecipava problemas mais sérios. Após exames de imagem, os médicos constataram obstrução total da artéria carótida. Também identificaram, no cérebro, uma formação que lembrava uma “nuvem de fumaça”, marca registrada da síndrome.
Leia também – Doenças raras: saiba como lidar com elas
O que é a síndrome de Moyamoya?
A síndrome de Moyamoya foi descrita pela primeira vez no Japão, em 1957. O estreitamento progressivo das artérias cerebrais leva à formação de novos vasos frágeis e desorganizados, que garantem a circulação parcial. Ao serem observados em angiografia cerebral, produzem uma imagem que lembra fumaça.
Principais sintomas incluem:
- Convulsões intensas e frequentes.
- Dores de cabeça persistentes e falhas de memória.
- Desmaios e perda de consciência.
- Dificuldades de fala.
- Alterações na sensibilidade corporal.
A doença pode ser primária, de causa desconhecida, ou secundária, associada a outras condições, como lúpus, síndrome de Down ou doença falciforme. Não há cura. A cirurgia de revascularização é o tratamento indicado, mas complicações são comuns.
Força e resistência de Ana
Apesar de limitações motoras, visuais e da perda da fala, Ana se comunica por gestos e quadros. Continua vaidosa, usa maquiagem, enfeita os cabelos e compartilha sua rotina nas redes sociais. Para a mãe, Rovânia, cada pequeno movimento representa vitória.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aqui