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Saúde e Bem-estar

Veja como identificar e prevenir problemas de visão em crianças

Esfregar os olhos e franzir a testa com frequência, além de baixo desempenho escolar podem ser sinais de problemas de visão que, quando não tratados a tempo, podem resultar em adultos com baixa visão

Por Redação

4 mins de leitura

em 26 de maio de 2023, às 14h06

Foto: divulgação

Nem sempre as crianças são capazes de dizer quando não estão enxergando bem. Mas existem sinais que podem ser observados no cotidiano que dão fortes indícios de que algo está errado com a visão dos pequenos. Especialistas alertam: estar atento a esses sinais é fundamental para evitar adultos com baixa visão.  

“Mal desenvolvimento na escola; falta de atenção durante as atividades; esfregar muito os olhos, mesmo quando não está com sono; apertar e franzir a testa com frequência; aproximar-se muito da TV ou do quadro, pular linhas frequentemente durante uma leitura são indicativos de problemas na saúde ocular das crianças”, explica a oftalmologista especializada em oftalmologia pediátrica Valerya Schiffler.  

Segundo a médica, mesmo quando se trata de bebês é possível identificar problemas a partir da observação.  

“Existem problemas que já nascem com a criança, a exemplo de estrabismo, catarata e glaucoma congênito e infecções. Os bebês não nascem com a visão formada, ela vai se formando à medida que a luz vai entrando. Mas, ainda assim, o bebê precisa estar acompanhando as brincadeiras e estímulos que as pessoas dão. Quando ele responde a esses estímulos, é um sinal. Do mesmo modo, existem outros sinais, como quando a pupila aparece esbranquiçada em fotos ao invés de estar avermelhada, a criança lacrimejar com frequência. Quando já é uma criança que anda, também podemos observar se ela tropeça ou bate a cabeça em paredes, quinas e vidros com frequência”, elenca a oftalmologista.  

Olho preguiçoso 

Identificar problemas de visão em crianças pode ser ainda mais complicado quando eles acontecem em apenas um dos olhos, o chamado olho preguiçoso. No entanto, Valerya pontua que esse tipo de problema deve ser corrigido o mais rápido possível.  

“A visão da criança se forma até os sete anos e é preciso entrar com o tratamento até essa idade. A partir daí, se o problema não foi corrigido, o olho preguiçoso vai permanecer, pois eram estímulos que tinham que ser dados durante a formação da visão. A consequência disso é o desenvolvimento de um estrabismo e de adultos com baixa visão”. 

Miopia e alergia  

Segundo Valerya, atualmente dois problemas de visão aparecem com mais frequência em crianças e são motivos de alerta: a miopia e as alergias.  

No caso da miopia, grande parte dos casos, segundo Valerya, podem ser desencadeados não só pela exposição excessiva às telas, mas também porque esse hábito leva as crianças a ficarem menos tempo expostas ao ar livre, o que é fundamental para o desenvolvimento saudável da retina.  

“A dopamina é uma substância estimulada pela luz do dia e ela regula o tamanho do globo ocular. Uma criança míope tem um olho grande, comprido, e um olho míope provoca o alongamento da retina. Eu sempre explico para elas da seguinte forma: imagine uma bola de assoprar. Quando nós a enchemos muito de ar, ela estoura. Com a retina é a mesma coisa. Se ela cresce muito, ela pode até rasgar, o que leva à redução ou até à perda da visão. Jovens míopes serão adultos com baixa visão por glaucoma, descolamento de retina. Por isso, a prevenção hoje é para termos adultos com qualidade de visão”, alerta a especialista.  

Valerya aponta que o indicado nesta faixa etária é que a cada 20 minutos de uso de tela seja feita uma pausa para que a criança vá até o lado de fora ou até a janela, além de piscar bastante os olhos.  

Quanto às alergias, Valerya lembra que, além de fatores externos, como o uso de maquiagens, elas também são desencadeadas por outros motivos, como poluição e alimentação.  

“Muitas vezes a alergia não é ocular. Ela se manifesta no olho. Quando ela surge, a criança costuma lacrimejar muito, atrapalhando a qualidade na visão e o rendimento na escola, por exemplo. Mas os riscos vão além. O ato de coçar os olhos com frequência muda o formato da córnea, levando ao astigmatismo. Se a criança continua coçando, ela pode desenvolver até um ceratocone, que é quando a córnea fica em forma de cone e muitas vezes é preciso cirurgia para corrigi-lo”.  

A especialista indica que a saída para a prevenção dos problemas oculares está no diálogo aberto. “Negociem com as crianças, elas são muito evoluídas e entendem tudo o que conversamos com elas. Temos que ter uma conversa sincera para termos adultos com saúde ocular”, finaliza.

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