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Os protestos beiram a violência

Intimidação de torcedores beiram a violência nos clubes brasileiros

O Corinthians retirou seu time de campo e foi correndo para o vestiário, enquanto o Santos permaneceu no gramado por 15 minutos, num circulo central protegido por seguranças, temendo que a torcida invadisse o campo para agredi-los

Por Estadão

2 mins de leitura

em 22 de jun de 2023, às 15h47

Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O ano de 2023 está sendo marcado pelo crescimento da intimidação a jogadores, técnicos e dirigentes no futebol brasileiro por parte das torcidas de seus próprios times. Os protestos beiram a violência, como aconteceu no clássico entre Santos e Corinthians, na Vila Belmiro, na noite de quarta-feira, com a partida sendo encerrada aos 42 minutos do segundo tempo por falta de segurança no estádio.

O Corinthians passou por momentos de tensão antes do mesmo clássico. Vasco, Atlético-MG e Internacional são outros clubes que sofreram com ações pouco amistosas de suas torcidas, geralmente inconformadas com derrotas e eliminações de torneios.

Inconformados com a derrota para o Corinthians por 2 a 0, torcedores santistas atiraram rojões e sinalizadores em direção à meta defendida pelo goleiro Cássio e para dentro do gramado da Vila contra seus jogadores. O Corinthians retirou seu time de campo e foi correndo para o vestiário, enquanto o Santos permaneceu no gramado por 15 minutos, num circulo central protegido por seguranças, temendo que a torcida invadisse o campo para agredi-los. Os jogadores precisaram ser escoltados até o túnel de acesso aos vestiários. Nas arquibancadas, o presidente Andrés Rueda foi hostilizado.

Do lado de fora da Vila, torcedores entraram em confronto com a polícia e chegaram a montar uma barricada em uma das ruas próximas ao estádio. A Polícia Militar respondeu com balas de borracha, bombas, gás lacrimogêneo e jatos d’água. Quatro dias antes do clássico, membros de uma organizada do Santos fizeram um protesto na porta do CT Rei Pelé com caixões representando Andrés Rueda, o técnico Odair Hellmann e jogadores, como o lateral-direito Nathan e o zagueiro Eduardo Bauermann,  afastado por envolvimento no esquema de fraudes em apostas esportivas. Entre os gritos de ordem, os santistas disseram que agrediriam jogadores que estivessem nas baladas.

Esta não foi a primeira vez neste ano que a casa santista presenciou algo do tipo. Na eliminação do time na Copa do Brasil, também para o Corinthians, alguns torcedores jogaram bombas no gramado. O Santos foi punido com dois jogos de portões fechados. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva vai analisar a interdição da Vila Belmiro após a reincidência de protestos violentos desta quarta.

Estadão Conteúdo

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