Se o clima do Vasco já era de pressão, tudo piorou na noite desta quinta-feira, quando foi derrotado pelo Goiás, por 1 a 0, em São Januário, no Rio. O estádio, conhecido por ser um “caldeirão” a favor do time vascaíno, mais uma vez se virou contra ao clube, principalmente após Morelli marcar e definir para os visitantes no segundo tempo.
Assim como aconteceu no clássico de quarta-feira, entre Santos e Corinthians, houve confusão, mas após o apito final. Sinalizadores foram jogados no gramado e alguns torcedores tentaram quebrar os vidros da arquibancada, o que pode gerar punição aos cariocas.
A segurança dentro e fora do estádio já estava reforçada, pois o jogo era considerado de alto risco e evitou o pior. A Polícia Militar precisou agir e algumas bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas. Os jogadores do Vasco conseguiram sair normalmente do gramado, mas precisaram pular as placas de publicidade para evitar passar perto das arquibancadas. Já o elenco do Goiás aguardou no gramado mais tempo e, quando saiu, foi aplaudido pela torcida vascaína.
Esta foi a 10ª partida sem vencer do Vasco e a sexta derrota consecutiva. Estacionado nos seis pontos, amarga a vice-lanterna (19º), à frente apenas do Coritiba, com quatro. As duas partidas em casa, contra Goiás e a próxima, diante do Cuiabá, eram consideradas como ‘finais’, até mesmo para a manutenção do técnico Maurício Barbieri, agora ainda mais balançado no cargo.
O Goiás, que também vinha pressionado após quatro jogos sem vencer no Brasileirão, ainda continua na zona de rebaixamento, em 17º lugar, mas agora com 11 pontos, um a menos do que o Cuiabá, primeiro fora do Z-4, em 16º.
A partida marcaria a estreia do técnico português Armando Evangelista no Goiás. Ele, porém, ainda não teve o visto para trabalho liberado e foi substituído por Leandro Campos, o Leandrão, da comissão permanente do clube goiano.
Com direito a muitos fogos de artifício, o Vasco entrou no “caldeirão” ciente da importância do duelo para amenizar a pressão e fez um bom primeiro tempo. Nos minutos iniciais, investiu em alguns lançamentos na área, apesar de seu jogador de referência, Pedro Raul, estar no banco – ele deu lugar ao jovem Rayan, de 16 anos. Uma falta cobrada por Lucas Piton e um desvio de cabeça de Alex Teixeira após chute forte de Rayan foram as principais chances até então.
O Goiás se portou de maneira recuada, na tentativa de encaixar um contra-ataque, mas sem sucesso. Aos 23 minutos, o Vasco balançou a rede, mas o gol foi anulado. Após cobrança de falta de Pumita, Léo cabeceou na trave. No rebote, Andrey Santos completou, mas estava impedido.
O Vasco seguiu tendo controle do primeiro tempo e criou mais chances. Após cruzamento, Piton tocou para o meio, acionando Marlon Gomes. Da meia-lua, ele chutou de primeira, muito forte, e a bola explodiu na trave. Depois foi a vez de Rayan fazer linda jogada, com direito a ‘drible da vaca’ no marcador, mas na hora do chute, a bola explodiu no zagueiro.
A primeira metade foi movimentada até os últimos minutos e deu tempo para o Goiás ter um gol anulado. Também em lance de falta, Lucas Halter completou na pequena área, porém a bola foi desviada antes e deixou o jogador impedido, detectado pelo VAR.
O número de chances no segundo tempo diminuiu bastante. Embora continuasse empurrando o time, a torcida vascaína demonstrava claros sinais de impaciência em erros de passes e cruzamentos. Quando Maurício Barbieri colocou Pedro Raul no lugar de Marlon Gomes, foi xingado de burro, aparentemente pela opção de tirar o meia, que estava se movimentando bem.
O Goiás sentiu um ambiente favorável para arriscar mais e assustou quando Matheus Peixoto desviou cruzamento na pequena área. Mandou por cima. O Vasco respondeu com Alex Teixeira, que recebeu na meia-lua, dominou rápido e finalizou para boa defesa de Tadeu, apesar do desvio.
Se o clima em São Januário já era de impaciência, piorou de vez aos 27 minutos, quando Morelli recebeu na entrada da área pela direita e, com certa liberdade, chutou no cantinho. A bola parecia tranquila, mas Léo Jardim não conseguiu fazer a defesa.
Barbieri fez as últimas mudanças e o Vasco foi para o tudo ou nada. Nas arquibancadas, os torcedores que não foram embora pararam de apoiar. Os gritos eram apenas de xingamentos ao técnico vascaíno, pedindo sua saída, além de dizeres que o apoio ao time acabou. “Ei, Barbieri, pede para sair” e “o apoio acabou” estavam entre os gritos. Apesar do esforço, a derrota vascaína foi confirmada.
O primeiro a voltar a campo pela 12ª rodada é o Goiás, que enfrenta o Red Bull Bragantino no domingo, às 18h30, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. Na segunda-feira, às 20h, o Vasco joga novamente em São Januário, diante do Cuiabá.
FICHA TÉCNICA
VASCO 0 X 1 GOIÁS
VASCO – Léo Jardim; Puma Rodríguez (Figueiredo), Miranda (Orellano), Léo e Lucas Piton; Zé Gabriel, Mateus Carvalho (Erick Marcus), Andrey Santos e Marlon Gomes (Pedro Raul); Alex Teixeira e Rayan (Gabriel Pec). Técnico: Maurício Barbieri.
GOIÁS – Tadeu; Maguinho, Lucas Halter, Bruno Melo e Sander; Willian Oliveira, Zé Ricardo (Sidimar), Morelli (Matheusinho) e Julián Palacios (Guilherme Marques); Diego Gonçalves (Lucão) e Matheus Peixoto (Apodi). Técnico: Leandro Campos (interino).
GOL – Morelli, aos 27 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Jean Pierre Gonçalves Lima (RS).
CARTÕES AMARELOS – Mateus Carvalho e Andrey Santos (Vasco); Willian Oliveira, Morelli e Apodi (Goiás).
RENDA – R$ 705.758,00.
PÚBLICO – 17.229 pagantes (17.647 presentes).
ESTÁDIO – São Januário, no Rio de Janeiro (RJ).
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