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Internacional

Moradores se jogam no mar para escapar de incêndios no Havaí

O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de catástrofe natural no Havaí nesta quinta-feira (10), o que permitiu colocar recursos federais à disposição dos afetados

Por Estadão

3 mins de leitura

em 11 de ago de 2023, às 08h11

Foto: Divulgação / Departamento de Transportes do Havaí
Foto: Divulgação / Departamento de Transportes do Havaí

Incêndios florestais devastadores no Havaí mataram 36 pessoas, segundo autoridades do condado de Maui. Os incêndios se alastraram por duas ilhas do Estado americano, prendendo moradores e visitantes. Alguns se jogaram no mar para se salvar.

O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de catástrofe natural no Havaí nesta quinta-feira (10), o que permitiu colocar recursos federais à disposição dos afetados, explicou a Casa Branca, em comunicado.

A rede hospitalar de Maui estava saturada com pacientes com queimaduras e pessoas que inalaram fumaça, segundo a vice-governadora Sylvia Luke, que descreveu a situação como dramática. Na ilha, a popular cidade de férias de Lahaina foi dizimada pelo fogo, segundo Luke. “O caminho para a recuperação das áreas afetadas levará anos.” A cidade já foi capital do Havaí.

Pelo menos três incêndios florestais tiveram início e começaram a se alastrar em Maui na terça-feira, 8. Alguns foram tão intensos que pelo menos uma dúzia de pessoas escapou apenas após pular no Oceano Pacífico, onde foram posteriormente resgatadas pela Guarda Costeira dos EUA.

Destruição

Os incêndios, em grande parte contidos até a noite de quarta-feira, 9, foram tão destrutivos devido ao isolamento da ilha, às frágeis cadeias de suprimentos e à dependência do turismo. Eles também destruíram alguns dos patrimônios culturais mais importantes do Havaí. Mais de 800 hectares foram queimados.

O Pentágono mobilizou ontem 134 membros da Guarda Nacional, um corpo militar de reserva, para ajudar nas tarefas de resgate e de combate aos incêndios. Segundo o porta-voz do Departamento de Defesa americano, general Pat Ryder, a Guarda Nacional também forneceu dois helicópteros Chinook para apoiar as missões.

Ryder acrescentou que essas tropas já resgataram 14 sobreviventes nas águas do Havaí, que tentavam se proteger do fogo e da fumaça. A 25ª Brigada de Aviação do Exército e da Marinha dos EUA também enviou quatro helicópteros Blackhawk e um Chinook.

As autoridades do condado pediram aos visitantes que deixassem a ilha o quanto antes e organizaram ônibus para levar turistas ao aeroporto de Kahului. No local, muitos turistas ficaram bloqueados, pois seus voos foram cancelados ou atrasaram. As pessoas tiveram de dormir no chão.

Fatores

Algumas companhias aéreas, como a United Airlines, cancelaram voos para Maui para poder levar aviões vazios para a ilha e retirar passageiros de volta aos EUA continental.

Embora meses de seca tenham preparado o cenário para os incêndios, foi a confluência de dois sistemas climáticos – alta pressão, ao norte, e o furacão de categoria 4 Dora, ao sul – que incitaram os ventos que espalharam as chamas em velocidades devastadoras no Havaí.

Incêndios florestais são relativamente comuns nas ilhas. Cerca de 0,5% da área terrestre do Havaí queima a cada ano, igual ou maior que a proporção queimada de qualquer outro Estado dos EUA, segundo a Hawaii Wildfire Management Organization.

A tempestade de fogo desta semana, no entanto, foi incomum em sua ferocidade, destruindo centenas de edifícios, forçando resgates em massa e cortando energia para cerca de 13 mil.

Em todo o mundo, milhões de pessoas têm sofrido com os efeitos de eventos meteorológicos extremos nas últimas semanas. Segundo cientistas, esses fenômenos têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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