A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou neste domingo uma nota, assinada pelo presidente Ednaldo Rodrigues, na qual condena os novos insultos racistas sofridos pelo atacante Vinícius Júnior durante o empate do Real Madrid por 1 a 1 com o Sevilla, no estádio Ramón Sánchez, pela décima rodada do Campeonato Espanhol. O mandatário se solidarizou com o atleta e prometeu medidas mais severas para “expulsar os racistas dos estádios”.
“É chocante assistir novamente aos atos de racismo contra o Vinicius Junior. Racismo é crime e deve ser combatido sempre. É lamentável ainda assistirmos a declarações deste tipo. Sou negro e sei da dor que ele sente em cada atitude racista dos torcedores. Vou sempre me solidarizar com as vítimas de racismo. Não podemos normalizar. Minha voz sempre será ouvida para coibir tais atitudes brutais. Estamos tomando medidas efetivas e não vamos parar até expulsarmos os racistas dos estádios”, disse Ednaldo Rodrigues.
Diferente do que aconteceu com o Valencia, que vem culpando Vinícius Júnior pelas ofensas recebidas e o chamando de mentiroso, o Sevilla agiu rapidamente, reconheceu o infrator e o entregou às autoridades por praticar racismo e xenofobia durante o jogo.
“Pelo menos, desta vez, o agressor não saiu impune do estádio. O Sevilla fez o mínimo que uma atitude racista merece. A CBF vai continuar pressionando todas as autoridades do futebol e de fora do esporte para que esse crime hediondo seja punido com rigor. A CBF segue fazendo o trabalho com a Fifa, Conmebol e Uefa para que todas as entidades do esporte no mundo atuem de forma veemente contra o racismo”, afirmou o presidente.
Vinícius Júnior, inclusive, usou as redes sociais para parabenizar o Sevilla pela eficiência na busca pelo infrator e lamentou ter sido novamente alvo de racismo. “Parabéns ao Sevilla pelo rápido posicionamento e pela punição em mais um triste episódio para o futebol espanhol. O rosto do racista de hoje está estampado nos sites como em várias outras vezes. Espero que as autoridades espanholas façam sua parte e mudem a legislação de uma vez por todas”, escreveu Vini.
O brasileiro contabiliza ter sido alvo de 19 casos de racismo desde que chegou ao Real Madrid, em 2018. “Essas pessoas têm de ser punidas criminalmente também. Seria um ótimo primeiro passo para se preparar para a Copa do Mundo de 2030. Estou à disposição para ajudar. Desculpem parecer repetitivo, mas é o episódio isolado número 19. E contando…”, afirmou, mencionando o fato de a Espanha, em parceria com Marrocos e Portugal, ter sido escolhida como sede do Mundial de 2030.
Estadao Conteudo
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