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Em Cachoeiro

Crítica social no espetáculo “A Metamorfose” estreia na próxima sexta (20)

O projeto, que realizou um ensaio aberto no mês passado, também marca a estreia da bailarina Ivna Messina na direção de um espetáculo de teatro

Por Redação

4 mins de leitura

em 16 de out de 2023, às 17h46

Foto: Divulgação/Grupo Anônimos de Teatro

Adaptado do livro homônimo de Franz Kafka, o espetáculo “A Metamorfose”, do Grupo Anônimos de Teatro, estreia no Centro Operário e de Proteção Mútua, no Centro de Cachoeiro de Itapemirim, no dia 20 de outubro, às 19h, com entrada gratuita.

Já a cidade de Vitória recebe o espetáculo em fevereiro do ano que vem. A peça aborda as relações de opressão, descartabilidade e desumanização presentes no original, e que permanecem sendo temas relevantes, em muitos níveis, na sociedade atual.

Além das apresentações abertas ao público, o grupo fará quatro apresentações para escolas do Ensino Médio de Cachoeiro. “A gente se apresenta em escolas para a formação de público, já que estamos numa cidade em que as pessoas muitas vezes não têm essa oportunidade de consumir cultura. Então a gente vai pela via da educação, chamando as escolas para essa conversa, para esse debate, para assistir teatro, para consumir cultura feita na cidade e da cidade. Além disso, o espetáculo é a adaptação de um livro, o que é um prato cheio para que a gente trabalhe com escolas”, aponta o ator Luiz Carlos Cardoso.

Com direção da bailarina Ivna Messina e dramaturgia de Fernando Marques, “A Metamorfose” traz o ator Luiz Carlos Cardoso em cena, acompanhado dos músicos Alessandra Biato e João de Paula Junior. Quem assina o figurino é Antonio Apolinário; e a luz, Daniel Boone. “A gente começou a experimentação do corpo e do texto em um processo anterior, intitulado ‘Exercícios para uma Metamorfose’. Com isso feito, a gente voltou para a sala e continuou a pesquisa de forma mais fluida, com caminhos mais direcionados para o que viria a ser este espetáculo”, explica Luiz.

O projeto, que realizou um ensaio aberto no mês passado, também marca a estreia da bailarina Ivna Messina na direção de um espetáculo de teatro. Ela conta que partiu de sua experiência com o gesto e o corpo, acrescida dos textos que o dramaturgo ia propondo (incialmente, como roteiros de ação), para chegar aos personagens e ao narrador da história, todos interpretados pelo mesmo ator.

“O começo do trabalho foi todo corporal, para identificar no Luiz características, gestos, modos de se mover que poderiam ser interessantes para a proposta da montagem. Depois, comecei a trabalhar imagens e células coreográficas a partir das ideias. Então, como uma coreografia, combino as imagens, gestos e células, repetindo, ressignificando, enquanto Luiz vai se movendo junto às palavras. Brinco dizendo que estou ‘coreografando o texto’”, conta a diretora.

Dramaturgia adaptada

Quase dez anos depois de ter montado seu último solo, “Viajante”, dirigido e escrito por Fernando Marques, Luiz Carlos reencontra-se com o dramaturgo, que assina o texto de “A Metamorfose”. Assim como anteriormente – e como costumam trabalhar Ivna e Fernando no Grupo Z, do qual fazem parte –, o processo de escrita se deu simultaneamente ao trabalho na sala de ensaio, com uma prática afetando e modificando a outra.

Um dos desafios para Fernando foi adaptar o texto literário para o teatro, não tanto pelo trabalho de adaptação de um clássico, uma prática já desempenhada pelo dramaturgo em outras montagens, mas sim por julgar o texto difícil de ser transposto para a cena. O caminho encontrado passou por escolhas como o tipo de narrador – que, na peça, se manifesta mais diretamente sobre o que narra –, a composição dos personagens e seu peso na trama, entre outros pilares importantes para a costura dramatúrgica.

O recorte temático também se deu coletivamente. “Tem um aspecto de desumanização e de descartabilidade de quem não é mais produtivo, de quem não gera mais-valia, de quem, por algum motivo, é posto à margem no esquema de produção. Você não serve mais. E isso em muitos níveis, porque permeia a vida pessoal, afetiva, familiar, a subjetividade; não é algo que se resuma aos aspectos profissional, econômico ou qualquer outra coisa por aí. Esse foi um caminho que me interessou e interessou à equipe”, explica Fernando.

Este projeto é realizado com recursos do Funcultura através do edital 013/2021 da Secretaria de Estado da Cultura do Espírito Santo.

SERVIÇO – TEATRO

 “A METAMORFOSE” – TEMPORADA DE ESTREIA

Grupo Anônimos de Teatro

Dias: 20, 21, 27 e 28 de outubro (sextas e sábados); e 04 de novembro (sábado)

*SESSÃO COM INTÉRPRETE DE LIBRAS

Horário: 19 horas

Local: Centro Operário e de Proteção Mútua – Rua 25 de Março, 189, Centro, Cachoeiro de Itapemirim (em frente à Casa dos Braga)

Classificação Livre

Entrada gratuita

Em Vitória: Dia 17 de fevereiro, no Palácio da Cultura Sônia Cabral (horário a definir)

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