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Variedades

Quem foi a pianista que expulsou Roberto Carlos e Erasmo Carlos de sua casa?

Seu filho, Paulo, costumava levar amigos músicos como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor para casa durante a madrugada

Por Estadão

3 mins de leitura

em 19 de out de 2023, às 17h05

Foto: Reprodução/Internet
Foto: Reprodução/Internet

Naja Silvino, nome artístico de Noêmia, foi uma pianista brasileira. Um “gênio”, se autodeclarou em entrevista para Jô Soares. “Aprendi primeiro música e depois a ler a escrever. Gênio, é o que dizem”, disse. Era mãe do comediante Paulo Silvino, famoso pelo seu papel no programa Zorra e pela icônica expressão “cara-crachá”.

Nesta terça-feira (17), Isabela Silvino, sua neta, compartilhou no X (antigo Twitter), mais detalhes sobre a vida de Naja. O fio com as histórias têm repercutido amplamente nas redes sociais, trazendo à tona memórias e anedotas sobre a pianista.

Gostava de ser chamada por Naja. Tanto que se recusava a responder quem a chamasse pelo nome original. “Foi o César Ladeira radialista que colocou esse apelido. Na primeira vez que eu me apresentei na rádio, eu fui toda de preto, eu era jovem, e o César achou que eu parecia uma serpente”, conta.

Tinha conexões familiares notáveis, sendo prima do conhecido Siqueira Campos de Copacabana. Mas uma de suas histórias mais faladas envolveu ícones da música brasileira.

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Seu filho, Paulo, costumava levar amigos músicos como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Ben Jor para casa durante a madrugada. Naja, não gostava muito de ser acordada para preparar lanches para os visitantes. E, por isso, expulsou os famosos artistas de sua residência.

“O Paulo sempre foi um filho maravilhoso, mas ele tinha um defeito. Ele tinha uma quadrilha de famintos”, conta, se referindo aos amigos do comediante. “Às 3 horas da manhã, eu tinha que levantar para fazer aquela porção de sanduíche e chocolate. Levantava dando aquela bronca, mas com pena. Naquele tempo, o músico sofria muito. Tudo que ele comesse na casa que ele tocava, ele assinava vale no final. E no fim do mês não podia mais assinar vale nenhum. Então o Paulo levava eles lá pra casa”, explicou.

No fim da vida, já aos 97 anos e com a saúde mental debilitada, Naja foi internada em um instituto especializado. Para manter sua conexão com a música, Paulo levou um teclado para ela. Na instituição, ela começou a dar aulas de canto para as enfermeiras e não poupou nas críticas, como conta a neta.

“Minha avó simplesmente usava o teclado pra dar aulas de canto para as enfermeiras. Ela fazia: DÓÓÓ’. E a enfermeira: Dóuóó. E minha avó: você não está fazendo corretamente”, disse. “Um dia, a enfermeira de plantão disse que vovó tocou seu tecladinho, pediu pra deitar. Enquanto deitava, ela fez com a maozinha aquele gesto de quem está regendo uma orquestra. E morreu.”

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