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Sustentabilidade e Meio Ambiente

Na onda da moda sustentável: por que os brechós são a melhor opção?

Na contramão desse processo os brechós despontam cada vez mais como a opção para quem quer economizar e ainda colaborar com a preservação do planeta

Por Elisangela Teixeira

5 mins de leitura

em 29 de jan de 2024, às 18h02

Foto: Divulgação

Na onda da moda sustentável: por que os brechós são a melhor opção? A moda é um dos setores que mais movimentam a economia global e também uma das mais poluentes, ficando atrás somente da indústria petrolífera. Sendo assim, na contramão desse processo os brechós despontam cada vez mais como a opção para quem quer economizar e ainda colaborar com a preservação do planeta.

Nova de novo Bazar. Foto: Divulgação

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Um levantamento da ONG Global Fashion Agenda aponta que mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em 2022, e a projeção aponta um aumento de 60% até 2030. Ou seja: quase 150 toneladas a mais de lixo em apenas seis anos.

Já o relatório do Global Fashion Agenda e The Boston Consulting Group mostrou que apenas 20% do lixo de roupas é coletado para reuso e reciclagem, enquanto que o restante vai parar em aterros sanitários ou é incinerado. Sendo assim, você já parou pra pensar que por trás das peças novas que compramos, há um processo de produção que pode consumir recursos naturais e gerar resíduos poluentes?

Agora vem a grande questão: diante dos efeitos no planeta, como reduzir impactos e consumir de forma mais consciente? Bom, fazer compras em brechó pode ser o seu primeiro passo para uma vida mais sustentável.

Em Cachoeiro a moda dos brechós também está em alta

Nos últimos anos, houve um alto crescimento do consumo consciente assim como o consumo em brechós. No Brasil, entre 2017 e 2022 o número de brechós teve um crescimento de 30,97%, de acordo com o IBGE.

O crescimento dos brechós também é visível em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. Nos últimos anos vários empreendimentos foram abertos. A maioria usa o Instagram como ferramenta de divulgação das peças e claro, a realização das vendas.

Julia Teixeira, do Nova de novo Bazar. Foto: Divulgação

É o caso da jovem empresária Julia Teixeira, do Nova de Novo Bazar. Junto com a mãe Cida Teixeira, há dois anos abriram o negócio em casa mesmo, num espaço disponível e que não vinha sendo usado. “Tínhamos muitas roupas guardadas, além de amigas e familiares que queriam ‘se livrar’ de peças sem uso. 

“Nosso segmento é mais popular e jovem, mas temos peças para todos os gostos e idades. A gente faz como a maioria dos brechós e usa as redes sociais como principal ferramenta de divulgação das peças. Gostando, a gente reserva e conclui a venda pessoalmente”, explica a jovem empresária.

Já a mãe de Julia, Cida Teixeira, que além de fundadora do bazar é mentora da filha, conta que quando as peças chegam é necessário fazer a curadoria do item. “É necessário fazer a ressignificação da peça, que consiste em analisar, ver se está faltando alguma coisa, como por exemplo, um botão, se tem algum rasgado, lavar e deixar em condições de novo consumo e aí sim ir pra venda”, conta.

Empreendedorismo

Lara Tófano, do No meu closet ou no seu. Foto: Divulgação

Para Lara Tófano, proprietária do No meu closet ou no seu, especializado em roupas de alto padrão, a ideia de montar um brechó surgiu num bate papo com as amigas.

“Eu tinha saído do meu emprego de 30 anos na mesma empresa. Junto com uma amiga resolvemos montar o bazar. Começamos com 15 amigas fornecedoras e foi dando certo. Alguns meses depois fiquei sozinha e toquei o empreendimento em frente”, revela.

Por lá ela vende roupas femininas, calçados e bolsas, e alguns acessórios, tais como óculos, cintos e relógios. As roupas são deixadas por consignação e passam pela avaliação da Lara.

“Coloco o preço e envio um relatório do que fiquei para fornecedora, eu faço os vídeos e posto todos os dias de segunda a sexta. Minha comissão é de 50% e hoje, além de fazer parte do segmento de moda sustentável, é daqui que me mantenho”, diz.

Brechós são a melhor opção?

Dani Tabeline. Foto: Divulgação

Para a empresária e influencer Dani Tabelini o consumo consciente está, de fato, em alta, porém não é apenas comprar produtos eco-friendly ou sustentáveis. Aliás, ela acredita isso está ligado a certeza de que aquele produto será útil de verdade e que o dinheiro do consumidor não estará sendo jogado fora por um modismo momentâneo.

“Cada vez mais os adeptos da moda consciente buscam conhecer mais sobre determinada marca, saber a procedência daquele tecido ou daquele couro. Se houve mão de obra escrava, se agride ao meio ambiente… enfim, é importante que se saiba isso sim. Melhor é quando o consumo e a moda consciente andam juntas”, assinala.

Descartes da indústria da moda é capaz de criar uma pilha de lixo do tamanho da Torre Eiffel

Foto: Divulgação

De acordo com a revista “Forbes”, as roupas fast fashion hoje são utilizadas menos de cinco vezes e, em seguida, são descartadas. Por isso, a mudança de mentalidade do consumidor ainda é uma das formas mais práticas e baratas de ajudar a reduzir o consumo e, consequentemente, diminuir a produção.

Neste ínterim, um dos grandes nomes da revenda de moda do mundo Vestiaire Collective lançou uma campanha em que, por meio de imagens criadas com recurso a inteligência artificial, pontos turísticos são cercados de montes de roupa. Aliás, além da Torre Eiffel, as imagens mostram o Empire State Building, da Times Square, o Palácio de Buckingham, a Torre de Televisão de Berlim (com 368 metros de altura), o Coliseu de Roma e o resort Marina Bay Sands, de Singapura. O objetivo é alertar para o desperdício da indústria da moda.

Veja as fotos: https://www.instagram.com/p/Czy02drMeav/?img_index=2

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