Estrela e Rio Branco-VN acionam FES por conta dos erros de arbitragem
Diversos clubes estão insatisfeitos com as "polêmicas" em seus jogos, por conta da arbitragem
A 5ª rodada do Campeonato Capixaba ficou marcada por erros de arbitragem, Estrela do Norte e Rio Branco de Venda Nova, se sentiram prejudicados. Assim, se pronunciaram sobre o ocorrido.
No jogo entre Estrela e Desportiva, no domingo (4), houve diversos erros de arbitragem, mas o que mais chamou atenção, foi a expulsão do jogador Vandinho, em um lance muito polêmico.
O atleta explicou sua visão do lance: “Meu lance, foi 100% involuntário, eu estava ali para brigar pela segunda bola, quando o jogador cabeceia para o chão. Quando eu vejo que vai em direção ao chão, eu vou com a barriga para tentar levar ela para área. Sendo que, o jogador da Desportiva meio que estica o pé, quando ele faz isso, eu giro de lado, que é uma proteção. Não senti tocar no adversário, e quando olha para trás, um zagueiro da Desportiva já me deu dois empurrões, me tumultuando, e o goleiro vem correndo com toda força, para me dar uma cabeçada, quando ele chega perto, eu o afasto de mim. Ali também teve mal intenção dos atletas da Desportiva, que aproveitaram o momento do segundo erro gravíssimo do juiz. A visão estava limpa, é inadmissível a expulsão”, frisou Vandinho.
“Infelizmente o quadro de arbitragem capixaba não está no nível do campeonato, muitos são despreparados e acabam prejudicando o espetáculo. A gente reconhece o esforço da federação em melhorar e buscar alternativas como é o caso do VAR que teremos esse ano a partir da fase semi final, mas o material humano em si é insuficiente pra tamanha responsabilidade. Erra-se muito. Também nos chama atenção algumas posturas em campo, especialmente a imposição de autoridade por meio da truculência que acaba por acirrar os ânimos dos atletas e até dos torcedores.”, disse Carlos Alberto Madella, diretor do Estrela do Norte.
Caso Vandinho
Vandinho, volante do alvinegro, teve passagens vitoriosas por Desportiva e Serra, também jogou no Americano, Nova Iguaçu, e até no futebol chileno, com uma carreira recheada de vitórias e títulos, o atleta exaltou a arbitragem fora do Brasil. “Tive 6 anos no futebol chileno, lá o futebol é competitivo, de garra e você não consegue ver a fragilidade dos árbitros”, ressaltou o volante.
O jogador se pronunciou sobre o ocorrido: “O que podemos ver ontem, ou o árbitro está despreparado, ou está malicioso. Ele foi injusto com o Estrela, no geral, desde a primeira etapa, não dava faltas. É nítido ver a falta no nosso atleta antes do primeiro gol, e ele deixou seguir. Tem vídeo, o cara chuta a perna do nosso atleta. Após, ele chuta e faz o gol. Um erro gravíssimo, da parte dele, depois disso, deixou o jogo rolar, vários socos do adversário”.
O atleta comentou também sobre o segundo tempo da partida: “No segundo tempo, ele a três ou quatro passos do escanteio, na hora que o adversário cabeceou a bola, a bola bate 100% no meu abdômen, ele tinha a visão toda limpa. Ele não perdeu tempo, e automaticamente apontou para linha do pênalti, ainda ficou sorrindo pra gente dentro de campo. Ele fez isso quando o Estrela estava melhor no jogo, onde o Estrela estava controlando e chegando, impediu o futebol que nós estávamos jogando. Poderíamos empatar com a Desportiva e até virar o jogo lá dentro”, relatou Vandinho.
“A visão estava limpa, é inadmissível a expulsão. Se ele achou que pegou alguma coisa, era no máximo para amarelo. Não teve intenção de cotovelada, nada de agressividade, foi um lance de disputa de bola. Se o futebol não for ter mais disputa, é melhor acabar, não vai ser mais competitivo. É incrível como o árbitro consegue atrapalhar o espetáculo. Infelizmente, chega no final, ele faz o que quer. Ele errou o jogo todo, ele que tumultuo, a briga foi por conta dele, se não fosse o vermelho, não ia ter o tumultuo. Como o adversário já estava ganhando o jogo, veio todo mundo pra cima de mim, para poder atrasar o jogo. O maior culpado da derrota do Estrela, e de todo tumultuo causado, foi o árbitro da partida. Ele foi muito infeliz ou malicioso”, finalizou Vandinho, volante do Estrela do Norte.
Jogo do Rio Branco-VN
No jogo entre Rio Branco-VN e Rio Branco AC, o time de Venda Nova reclamou de um pênalti do goleiro adversário no atacante Sorriso, logo no início do primeiro tempo. O presidente do polenteiro ainda ressaltou que “além da expulsão do goleiro, nos daria a possibilidade da cobrança da penalidade e de jogar quase toda a partida com um jogador a mais”.
O presidente do clube de Venda Nova, também comentou positivamente sobre a Federação Capixaba de Futebol: “A Federação Capixaba de Futebol, na figura de seu Presidente Gustavo, tem feito um trabalho muito inovador e digno de elogios, no que tange a captação de recursos e na busca da valorização do Futebol Capixaba”.
Por mais que o presidente da instituição tenha começado com elogios, não deixou de fazer seu apelo a arbitragem do Campeonato Capixaba, ao relatar dois ocorridos, que segundo ele prejudicaram o time de Venda Nova. “O que temos visto com relação a arbitragem, joga por terra todo o esforço do mesmo. O Rio Branco-VN, por exemplo, tem dois lances cruciais que influenciaram diretamente o resultado final das partidas: contra o Nova Venécia, na primeira rodada, o árbitro marcou um pênalti inexistente, que decretou a derrota do Rio Branco”, ressaltou o presidente do Polenterio.
O presidente do Rio Branco FC ainda fez mais uma ressalva ao jogo contra o Nova Venécia, na primeira rodada do Capixabão “Com relação ao lance contra o Nova Venécia, protocolamos uma reclamação formal e não obtivemos sequer uma resposta da comissão de arbitragem”.
Quem paga a conta?
Enfim, comentou sobre o prejuízo que o Polenteiro sofreu nesses dois jogos “Mesmo com o afastamento, como fica a perda dos pontos das duas partidas? Como nós, do Rio Branco de Venda Nova, ficamos? O prejuízo é enorme, precisamos lidar com a pressão da torcida, dos patrocinadores. Enfim, por erros que não são nossos, colocam em cheque nosso trabalho árduo. Algo precisa ser feito. Infelizmente a credibilidade do campeonato está em cheque, infelizmente”, finalizou o presidente do Rio Branco de Venda Nova.
Fabrício Noia, diretor do Rio Branco-VN, também comentou sobre os erros de arbitragem “Tivemos dois jogos cruciais para a disputa do campeonato, tanto para classificação ou rebaixamento. Em Nova Venécia foi dado um pênalti fora da área, no final do jogo, e agora este absurdo no Kleber Andrade contra o Rio Branco AC, no qual mudaria toda a história do jogo, não tenho nenhuma dúvida. Se o lance do Sorriso com o goleiro Negette, fosse o nosso goleiro com o atacante do Capa Preta, o árbitro e o bandeira dariam o pênalti na hora. Além de expulsar meu atleta e até outros por reclamação. Uma vergonha o que estão fazendo conosco, novamente”, finalizou Fabrício.
Resposta da FES
“Todos os jogos são observados pela Comissão de Arbitragem da FES (CA-FES), a qual estabelece diretrizes, com base nas regras do jogo, que subsidiam uma análise de desempenho dos componentes da equipe de arbitragem. CA-FES age independentemente de quaisquer tipos de reclamações dos clubes. Muitas vezes ouvimos comentários e questionamentos que não condizem com as regras do futebol e orientações emanadas pela FIFA/ CBF”.
“Nos entristece, mas é o que temos. Por isso, a importância da Comissão de Arbitragem pautar as análises exclusivamente no aspecto técnico, com base nas regras do jogo, diretrizes e recomendações FIFA/ CBF. E a partir desse critério (técnico), temos que avançar bastante, porém, se pensarmos na quantidade de decisões que são tomadas ao longo da partida, com maioria de decisões corretas, seria injusto afirmar que não é bom. Nosso objetivo é lutar pelo erro zero, mas isso é praticamente impossível, em qualquer lugar ou competição do planeta. Ocorre que, por natureza humana, potencializamos os erros e esquecemos os acertos. O árbitro praticamente fica refém de um único lance que comete uma falha em meio aos demais que acerta e (estes) são esquecidos”, frisou Marcus.
O que vai ser feito?
Marcus André, chefe de arbitragem da Federação Capixaba comentou sobre: “O que faremos é intensificar treinamentos, no sentido de acertarmos os lances dentro do campo de jogo. Não podemos esquecer que o árbitro tem apenas um ângulo a buscar (e este tem que ser o melhor), em velocidade real e com frações de segundos para decidir. A televisão possui 8, 10, 12 até 36 câmeras (dependendo da partida) com diversos ângulos, com velocidade reduzida e tempo suficiente para ver e rever os lances. Não é fácil, mas essa é a escolha de cada um que quer ser árbitro de futebol e, para alcançar níveis de acerto maiores, devem se dedicar cada vez mais. Os árbitros passam por treinamentos teóricos e práticos de maneira constante, bem como participam de reuniões pré-jogo e feedback pós jogo, para compreensão dos pontos a melhorar”, ressaltou.
Marcus ainda complementou, falando sobres as falhas de arbitragem: “Quando ocorrem falhas consideradas graves no entendimento da Comissão de Arbitragem, avaliamos se é necessário o afastamento do árbitro, que tem como objetivo principal preservá-los. Assim, podemos reconhecer as causas dos problemas, tratar e melhorar o rendimento da arbitragem. Todas as partidas são avaliadas e passam por criteriosas análises. Há erros que ocorrem e vemos se era possível o árbitro tomar a ação correta de acordo com o dinamismo do lance”.
“Quando a atuação destoa demais, o árbitro é encaminhado ao PADA (Programa de Assistência ao Desempenho da Arbitragem), com acompanhamento de um instrutor local de forma que reforce treinamentos e possa retornas às escalas. Nessa recuperação, os integrantes afastados serão avaliados em áreas específicas: técnica, física e psicológica. A partir das análises, será possível identificar as razões que motivaram o erro e avaliar o melhor momento do retorno, sempre acompanhado por um instrutor (não há um prazo definido). Porém, haverá com o cuidado de não recolocá-los de volta em jogos de grande apelo num primeiro momento”, disse Marcus.
O chefe de arbitragem, terminou falando sobre possíveis melhoras: “Trabalhamos para apresentar uma melhor arbitragem para os clubes. Infelizmente, alguns erros ocorrem e poderão ainda ocorrer. Nosso desafio é minimizar a chance de ter uma decisão crucial na partida de maneira equivocada”, finalizou.
Contato do Estrela
“O Estrela FC já manteve contato e a resposta foi repassada à diretoria, que entendeu os acertos e erros.
Todos os anos, antes dos campeonatos profissionais iniciarem, disponibilizamos instrutores para levar conhecimento aos clubes em forma de palestra. Infelizmente, nenhum clube requisitou isso para seus atletas e membros da comissão técnica para o Campeonato Estadual 2024″.
“Quando eles (árbitros) falham, e isso ocorre, afinal não são máquinas, são cobrados pela Comissão de Arbitragem e devem intensificar treinamentos”, finalizou Marcus André, chefe de arbitragem da FES”, finalizou Marcus.
Estagiário sob supervisão de Alissandra Mendes
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