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Saúde e Bem-estar

Cigarro eletrônico pode prejudicar pulmões, coração e visão, diz estudo

Estudo mostra que o cigarro eletrônico entre jovens nos Estados Unidos também está associado a problemas oculares

Por Redação

3 mins de leitura

em 23 de maio de 2024, às 15h29

Foto: Pixabay

O consumo de tabaco no Brasil caiu cerca de 35% desde 2010, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro deste ano. Por outro lado, o uso de cigarros eletrônicos aumentou. Enquanto 2018 havia menos de 500 mil pessoas usuárias destes dispositivos, em 2022 este número chegou a 2,2 milhões de consumidores frequentes. Apesar de não conterem substâncias provenientes da degradação e combustão do tabaco, os populares “vapes”, não são inofensivos ao organismo humano.

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Já é de conhecimento que os pulmões e o coração são os principais órgãos afetados por esses produtos. Porém, um estudo mostrou que o cigarro eletrônico entre jovens nos Estados Unidos também está associado a problemas oculares. A pesquisa, realizada com mais de 4 mil jovens entre 13 e 24 anos, publicada no periódico Jama Ophthalmology, aponta que, comparado aos não usuários, quem fuma vape tem um risco aumentado de dor, sensação de secura nos olhos e de embaçamento visual.

Nicotina

O médico oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória Pedro Três Vieira Gomes explica que a nicotina presente nesses dispositivos é um dos maiores responsáveis pelos sintomas apontados. “A nicotina é conhecida por causar vasoconstrição, reduzindo o fluxo sanguíneo para os tecidos, incluindo os dos olhos, o que comumente pode levar a essa sensação de dor e desconforto”.

Os cigarros eletrônicos ainda têm uma variedade de substâncias tóxicas. Contudo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), eles combinam toxinas com outros compostos que apenas mascaram seus efeitos nocivos, resultando em níveis de dano comparáveis aos do cigarro tradicional. Entre as substâncias prejudiciais presentes, incluem-se metais pesados como chumbo, ferro e níquel, de acordo com o Ministério da Saúde.

“A exposição a esses tipos de metais pesados, podem ser um dos agentes que influenciam no desenvolvimento da degeneração macular, por exemplo. Eles causam um estresse oxidativo nas células do corpo, incluindo as células fotorreceptoras na mácula, a parte da retina, responsável pela visão central, de detalhes. Esse estresse também aumenta o risco do desenvolvimento de cataratas e glaucoma”, explica o especialista.

Regulamentação

Desde 2009, a comercialização desses dispositivos foi proibida no país. A questão da sua liberação voltou a ser debatida em abril deste ano e os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram, por unanimidade em uma reunião, manter essa proibição em vigor.

O descumprimento desta resolução, implica em uma violação às normas sanitárias, sujeitando-se às penalidades como advertência, interdição, apreensão e aplicação de multas, entre outras medidas. A comercialização dos cigarros eletrônicos deve ser denunciada às Vigilâncias Sanitárias municipais, indicando o nome do estabelecimento e o endereço.

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