O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, afirmou que a entidade vai acatar a futura decisão dos clubes em relação à paralisação do Campeonato Brasileiro por causa das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul, mas alertou que a ação pode ser prejudicial para o calendário do futebol nacional.
“Temos um calendário difícil e a paralisação pode tornar tudo ainda mais difícil”, disse Ednaldo em entrevista ao site GE. O mandatário ressaltou que a decisão será tomada na reunião extraordinária marcada para o dia 27, que contará com a presença de presidentes dos 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro.
Na noite de segunda-feira (13), clubes que pertencem à Liga Forte União (Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco) anunciaram que defendem a interrupção do campeonato. Além deles, Atlético-MG, Red Bull Bragantino, Grêmio e Corinthians também concordam com a paralisação.
O presidente da CBF reiterou solidariedade aos cidadãos do Rio Grande do Sul e reforçou que a democracia vai prevalecer. “Isso envolve calendário, classificação para as competições sul-americanas e até a Intercontinental, caso um clube brasileiro ganhe a Libertadores. Não é tão fácil assim. Mas somos todos democráticos”, afirmou.
“Depois de colocar todos esses pontos para que eles definam, não tenho como ficar contrário (aos clubes) porque nossa gestão é democrática. Vamos mostrar o contraditório dessa paralisação, mas vamos respeitar a decisão dos clubes”, enfatizou ele.
Dos times da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas Bahia, Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Vitória ainda não se posicionaram sobre o assunto. O governo federal, por meio do Ministério do Esporte, também pediu à CBF que o torneio fosse paralisado em meio à tragédia climática gaúcha.
Ednaldo Rodrigues pontuou que outros fatores devem ser levados em consideração para a tomada de decisão. “Vou dar só um exemplo do que acontece quando o Campeonato Brasileiro para. No Maracanã, principalmente quando joga o Flamengo, que tem uma média de público alta, emprega ali no momento 1.200 pessoas. Essas pessoas não estão na folha de pagamento do Flamengo. Mas fazem seu trabalho e recebem ali sua cota”, disse ele.
“Com essa cota dão sustento às suas famílias. Ele sai dali e vai no supermercado comprar os alimentos para que suas famílias não fiquem com fome. Temos que olhar por essa ótica também. Muita gente depende do futebol”, afirmou o presidente.
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de abril deixaram o estado inundado e milhões de cidadãos foram afetados. Segundo a Defesa Civil, o número de mortos passa de 140 e há mais de 120 pessoas desaparecidas. Além disso, mais de 800 estão feridas.
Estadao Conteudo
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