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Política

Moro nega concorrer em 2026 e diz que apoiará nome contra Lula

Em entrevista à imprensa um dia após o resultado de seu julgamento na Justiça Eleitoral, o parlamentar declarou que seu foco é o Senado e vai continuar na oposição ao governo Lula.

Por Estadão

4 mins de leitura

em 23 de maio de 2024, às 09h21

Foto: Divulgação

Após ter sido absolvido pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE), o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) afirmou nesta quarta-feira, 22, que não tem planos para disputar o Palácio do Planalto em 2026 e apoiará um projeto para derrotar o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-juiz da Operação Lava Jato disse que pretende estar ao lado de um dos governadores cotados para concorrer daqui a dois anos: Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; ou Romeu Zema (Novo), de Minas.

Em entrevista à imprensa um dia após o resultado de seu julgamento na Justiça Eleitoral, o parlamentar declarou que seu foco é o Senado e vai continuar na oposição ao governo Lula. “Sempre fui e sempre serei oposição ao governo Lula. Em 2026, estarei defendendo um projeto para derrotar o PT. Temos um plano no União Brasil com o governador Ronaldo Caiado. Meu plano em 2026 é apoiar um candidato”, disse ele.

Anteontem, por unanimidade, o TSE rejeitou recursos do PT e do PL que pediam a cassação do senador, o que o livrou de oito anos de inelegibilidade. A Corte concluiu que não houve abuso nos gastos da pré-campanha de 2022 e não ficou comprovado que Moro usou a pré-candidatura ao Planalto para ter mais visibilidade na disputa pelo Senado. Ele já havia sido absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). PL e PT não vão apresentar recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro

Para Moro, o TSE fez um “julgamento técnico” e rejeitou acusações “falsas e mentirosas”. Afirmou também que não tem mantido contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas fez um agradecimento ao ex-chefe do Executivo pela tentativa de desmobilizar recursos do PL no processo na Justiça Eleitoral.

“O presidente Bolsonaro e, diga-se, a bancada dos senadores do PL pediram que não fosse interposto nenhum recurso ou que houvesse desistência (da ação contra ele). Infelizmente, lideranças locais, mais especificamente (os deputados) Paulo Martins e Fernando Giacobo, não acolheram o pedido do presidente Bolsonaro”, frisou o parlamentar.

Moro declarou também que “boatos” sobre uma eventual cassação foram “exagerados”. “O TSE, ontem (anteontem), no julgamento unânime, técnico, independente, rejeitou as acusações falsas e mentirosas que foram feitas buscando a cassação do meu mandato.”

O senador relembrou o período em que atuou como juiz da Operação Lava Jato e afirmou que, “durante quatro anos, a lei foi aplicada no País, mesmo frente a pessoas poderosas”. “Diziam que era impossível combater no Brasil a grande corrupção e acabar com a impunidade. E nós fizemos a Lava Jato, produto, sim, das instituições brasileiras, mas em relação ao qual eu tive uma participação relevante.”

Ministério

Na sequência, Moro recordou sua passagem pelo Ministério da Justiça do governo Bolsonaro e atribuiu a queda no número de assassinatos à sua gestão. “Falavam que, se nós isolássemos as lideranças do crime organizado, iriam fazer com que o País ficasse de pernas para o ar. Pois bem, nós fizemos, isolamos as lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) em presídios federais de segurança máxima, acabamos com a comunicação deles com o mundo externo não monitorado”, disse.

O senador também citou a sua vitória como senador, nas eleições de 2022, e relatou que havia sido aconselhado a disputar o pleito no Paraná para deputado federal. “Muita gente dizia que era impossível ser eleito naquele cenário de polarização entre Lula e Bolsonaro como candidato independente, mas fui lá e ganhamos a eleição”, afirmou. “O julgamento (na Justiça Eleitoral) se insere nesse cenário. Muitos afirmavam que era impossível a preservação do meu mandato, que eram favas contadas.”

Questionado sobre os recentes embates entre o Legislativo e o Judiciário, o senador defendeu o fim do que chamou de “espírito de revanchismo” e “polarização exacerbada”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

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