Folie à Deux: conheça a doença que inspirou o novo filme do Coringa
Um dos casos foi registrado no Brasil em 2003.
Estreia nesta quinta-feira a aguardada continuação do filme Coringa, que chegou ao Brasil com o título de Coringa: Folia a Dois, do original Joker: A Folie à Deux.
Na trama do primeiro filme Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que trabalhava como palhaço para uma agência de talentos e precisou lidar desde sempre com seus problemas mentais.
A continuação se passa depois dos acontecimentos do filme de 2019, agora Arthur terá a companhia de Arlequina que será vivida por Lady Gaga.
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Embora a tradução pareça direta, o termo francês folie à deux caracteriza um transtorno delirante induzido. Uma síndrome psiquiátrica rara em que os delírios se transferem de uma pessoa para outra, afetando indivíduos que compartilham um relacionamento íntimo.
Os médicos Quirino Cordeiro Júnior e Carlos Eduardo Pereira Corbett registraram um caso real de folie à deux na Universidade de São Paulo, em 2003, envolvendo duas irmãs. Eles descreveram o caso no artigo “Delírio de infestação parasitária e folie à deux: relato de caso”.
De acordo com o artigo o caso de folie à deux envolveu uma paciente de 62 anos com delírio de infestação parasitária, cujos sintomas psicóticos influenciaram sua irmã mais nova a acreditar que também estava infestada.
O caso
A irmã mais nova levou a paciente de 62 anos ao atendimento médico do Projeto “Bandeira Científica” da Faculdade de Medicina da USP.
A paciente relatava que vermes a comiam por dentro e, em alguns momentos, saíam de sua pele, afirmando que os via. Também dizia que os vermes comiam seus olhos, o que causava turvação na visão. Devido à suspeita de psicose, foi encaminhada para avaliação psiquiátrica.
Durante a consulta, os médicos revelaram que a paciente apresentava esquizofrenia paranoide desde os 30 anos e usava antipsicóticos para controlar os sintomas. Entretanto, após se mudar para a zona rural com sua irmã. A medicação foi suspensa por mais de 10 anos, pois a paciente não apresentava mais sintomas.
No momento da consulta, a paciente confirmou seus delírios e alucinações, e sua irmã também afirmava ver os vermes e acreditava que os vermes também estavam nela. Mesmo sem histórico psiquiátrico, a irmã passou a compartilhar os delírios e alucinações da paciente, embora não apresentasse outros sinais de transtornos mentais.
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